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Estado de Minas 'Causos' de infância

O amor pelo ato de ensinar


28/02/2023 04:00

Gislaine Aguiar
Belo Horizonte

“Por estarmos vivendo tempos tão difíceis, com tantos fatos tristes e, às vezes, inexplicáveis, resolvi escrever sobre algo que nos traz alegrias e recordações: a infância!

Lembro-me perfeitamente de alguns fatos inusitados que naquela época eram perfeitamente normais. Quando nos mudamos para a casa onde moro, a obra estava inacabada. Muitas pessoas, como meu pai, construíam à medida que o dinheiro sobrasse.

Como havia muitos pedreiros, eu, como levada que era, observava os mínimos detalhes. Aprendi a rebocar paredes, passar massa e lixar. Minha mãe queria morrer quando me via cheia de pó, dos pés à cabeça.

Certa manhã, ao ver minha mãe esquentando a marmita dos operários, pedi ela que comprasse uma marmita para mim, porque daquela data em diante abandonaria os pratos.

Meu pai achou absurdo, mas satisfez a minha vontade. Eu nunca comi tão bem quanto naqueles dias, de namoro com tal objeto, tão simples e tão chamativo aos meus olhos.

Com o passar do tempo, já com meus 8 anos, bateu a vontade de imitar a professora do Santo Antônio, onde fiz meus primeiros estudos. Eu era desinteressada pelas aulas, pois aprendi a ler com 4 anos, sem nunca ninguém ter me ensinado. Até hoje não entendi o ocorrido.

Como não havia quadro para eu dar aulas de brincadeira, meu pai improvisou uma folha de zinco e nela eu escrevia com pedras de cal da construção. Os alunos eram os pés de couve do quintal, que, na maioria das vezes, eram quebrados, porque eu os repreendia quando erravam. A repreensão eram reguadas que destruíam as pobres plantas. Nunca tínhamos couves inteiras, para a tristeza da minha mãe.

Hoje, sou aposentada há 15 anos. Comecei a lecionar quando ainda era aluna da PUC MG. Isso mostra que os sonhos se manifestam quando ainda somos muito pequeninos. Tenho uma escola e não pretendo parar de ensinar, porque da marmita eu me afastei, mas do amor pelo ato de ensinar, jamais!”

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