Bruno Ribeiro de Castro Domingos
Belo Horizonte
“Um exército no ataque. Uma força nova carregando a nação. A renovação pela qual muitos ansiavam desde 2002 trouxe consigo algumas escolhas um pouco indigestas. Infelizmente, não temos ou teremos certeza sobre o que teria dado certo. Apenas sabemos o que levou ao desarranjo. Não é possível alterar somente um momento ou aspecto. Qualquer substituição tem efeito sistemático a partir do momento em que é feita. Dessa forma, condenar a convocação ou preleção pelos quatro minutos leva em conta apenas uma pequena parte do jogo. E quanto aos demais 116 minutos, que também teriam sido diferentes? Seriam de fato melhores?
Temos noção do que já deu errado e de formas viáveis de contornar ou impedir que tal situação ocorra novamente. Essa lição (aprender com os erros) é certa. Mas, tomando o exemplo da economia, teria sido melhor aumentar ou diminuir juros, imprimir moeda ou buscar contenção? Assim como no jogo, com contusões, cartões e lances imprevisíveis, são muitas as partes móveis que seriam alteradas, com interações complexas o suficiente para inviabilizar uma previsão segura. Não é só a última seleção campeã a ser batida. Resta torcer para que a transição para o novo comando saiba aproveitar todo o potencial que temos, em nome do interesse coletivo, sem esquecer do que o passado já ensinou.”