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Estado de Minas

Robôs como suporte à saúde

A Organização Mundial da Saúde alerta que é preciso muita cautela ao usar as novas linguagens em busca de diagnósticos e tratamentos


07/07/2023 04:00 - atualizado 10/07/2023 17:14
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Kenneth Corrêa – especialista em inovação, negócios digitais, novas tecnologias, inteligência artificial e metaverso. Professor de MBA da FGV. Há mais de 15 anos desenvolve e monitora projetos de marketing e tecnologia, atendendo empresas como Suzano, Mosaic Fertilizantes, Leica Microsystems, entre outras. Diretor de Estratégia da agência 80 20 Marketing.

Na maioria dos países que vivenciaram a pandemia da COVID-19, a relação de dependência das pessoas com a tecnologia cresceu em ritmo exponencial, especialmente nos dois primeiros anos – 2020/2021 – quando o isolamento social tornou-se premissa para evitar a disseminação da doença.

Assim como as autoridades e os profissionais em saúde foram postos à prova, com equipes na linha de frente, tentando suspender a avalanche de mortes que se somavam em vários estados brasileiros, foram intensificados também múltiplos usos da tecnologia, a exemplo da telemedicina e do aperfeiçoamento da inteligência artificial (IA). ChatGPT, Bard, Perplexity AI, Wechat, enfim, a chamada IA Generativa – tipo de sistema de IA capaz de gerar texto, imagens ou outras linguagens em resposta a solicitações de usuários – passa por uma revolução, com a criação de novos conteúdos, de forma rápida e assertiva, inclusive na área de saúde.

Um recente estudo feito pela Jama Medicina Interna, com pacientes atendidos por médicos humanos e pela ferramenta GPT, mostrou a agilidade e acurácia das máquinas ao fazer diagnósticos médicos. Embora não soubessem que estavam conversando com uma IA, 80% das pessoas preferiram o atendimento feito pelo robô. 

Recentemente, o Google anunciou a evolução de sua plataforma de inteligência artificial e seu próprio modelo de linguagem, o PaLM (para concorrer com o GPT da OpenAI e com o LLaMA da Meta). A empresa global ressaltou que, entre as várias áreas que estão usando, existe uma específica para o atendimento médico: o Med-PaLM-2, que passou com excelência no exame de proficiência americano. A ferramenta foi testada por médicos especialistas e é capaz de ler exames (inclusive de raio-X), resumir conceitos e elaborar relatórios médicos. Além disso, a inteligência artificial permite a  utilização das técnicas de machine learning e redes neurais, as quais possibilitam a leitura de exames de imagem, como raio-X e ressonância magnética, e a leitura de exames como o ecocardiograma.

Na saúde, a AI funciona como uma enciclopédia. Existe uma base de dados com grande parte de diagnósticos feitos em determinado hospital e que estejam registrados em sistema, detalhando o histórico dos pacientes. Esses dados são cruzados de livros de medicina, de todo o Catálogo Internacional de Doenças. Assim, a IA reconhece e identifica sinais, sintomas e exames e, a partir daí, recomenda o diagnóstico mais provável. 

Um dos principais ganhos na aplicação da IA na saúde refere-se à chamada personalização em escala, ou seja, a possibilidade de prestar um atendimento personalizado, com qualidade, para uma grande quantidade de pessoas. Mas o detalhe é que nem mesmo quem criou esses aparatos tecnológicos tem certeza de onde tudo isso vai parar. Prova disso é que em maio a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta de que é preciso muita cautela ao usar as novas linguagens em busca de diagnósticos e tratamentos.

Antes mesmo de pensarmos na capacidade de um robô fazer um diagnóstico médico e, além disso, ser responsabilizado por isso, é imperativo pensar na IA como um apoio na produtividade, na realização do pré-diagnóstico, de forma que ajude o profissional de saúde, o qual deve ser responsável e sempre checar todas as informações passadas pela máquina antes de realizar um atendimento.
 
 


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