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Estado de Minas editorial

Além da renegociação das dívidas

É preciso oferecer educação financeira para que a própria população tenha instrumentos que evitem o ingresso no batalhão de inadimplentes


01/03/2023 04:00

Com a possibilidade de realizar um aporte de até R$ 20 bilhões do Tesouro Nacional, o governo finalmente deve lançar nos próximos dias o programa Desenrola, para renegociar dívidas de parte significativa dos 70 milhões de brasileiros que convivem hoje com débitos e inadimplência. Na prática, esse é um quadro que persiste desde o terceiro trimestre do ano passado e se agravou com a elevação das taxas básicas de juros para 13,75% ao ano, patamar no qual permanecem atualmente. Com a fraude contábil nas Americanas atingindo os bancos, o crédito se tornou escasso, sufocando aqueles que desejam alongar suas dívidas ou mesmo tomar empréstimo para quitar compromissos essenciais.

Os recursos do Tesouro vão criar um fundo garantidor que servirá de aval para as negociações de pessoas com dívidas e a expectativa é de que possibilite a adoção de taxas mais baixas de juros. Será um alívio para uma camada da população que praticamente não consegue virar o mês sem ficar em dívida e para a economia, que tem no consumo das famílias uma das alavancas para o crescimento econômico. Mas uma vez equacionada a situação financeira de parcela significativa de brasileiros, incluindo microempreendedores individuais (MEIs), é preciso assegurar formas de que o quadro não se agrave ao ponto em que chegamos hoje.

Associada à renegociação de dívidas, o governo, junto com as instituições financeiras,  deveria vincular a operação a um processo de educação financeira para que a própria população tenha instrumentos para evitar o ingresso no batalhão de inadimplentes. A falta de instrução para lidar com o dinheiro e a oferta de crédito fácil por meio dos cartões explicam uma parcela da inadimplência, uma vez que parte dela vem do baixo perfil de renda da população brasileira, que se viu diante de uma corrida de preços de itens básicos, como alimentos e vestuário.

Um pouco mais de conhecimento das possibilidades de fazer o dinheiro render a partir de quantias pequenas investidas, como R$ 50 ou R$ 100 por mês, e de mecanismos de se economizar na compra de itens, como troca de marcas, compras coletivas e pesquisas de preços. Podem ser simples para quem já conhece e pratica, mas extremamente necessárias para essa parcela da sociedade que se enrola com as dívidas. É necessário entender que brasileiros mais informados financeiramente são potenciais investidores no mercado de ações, como é comum nos Estados Unidos, onde 145 milhões investem em ações nas bolsas de valores. No Brasil, são 5 milhões de investidores pessoa física na B3.

O agravamento do quadro de inadimplência ou a elevação no percentual da população com dívidas não interessa ao governo nem ao sistema financeiro, sendo assim necessário que se adotem medidas para resolver pontualmente o problema do endividamento, que atingiu 77,9% das famílias brasileiras. Mas essa é também a oportunidade de se oferecer aos brasileiros não apenas a possibilidade de quitar ou renegociar dívidas com juros mais baixos e condições melhores, mas também de oferecer instrumentos para elevar o conhecimento da população em relação às possibilidades de administrar suas finanças.


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