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Fome, fome oculta e desnutrição

A FAO estima que haja aproximadamente 2 bilhões de pessoas desnutridas no mundo e 840 milhões de pessoas subnutridas nos países em desenvolvimento


27/04/2021 04:00 - atualizado 26/04/2021 21:45

Giovani Saggioro
Graduado em ciências farmacêuticas e vice-presidente de nutrição humana para a DSM América Latina

A fome é caracterizada pela ausência de qualquer tipo de alimentação por períodos prolongados. A desnutrição é uma condição patológica causada pela falta de ingestão ou falta da absorção de nutrientes para o correto funcionamento do corpo humano. Já a fome oculta é derivada de uma deficiência de micronutrientes no organismo, não atingindo apenas as pessoas que não ingerem uma quantidade satisfatória de alimentos, mas também aquelas que consomem alimentos em excesso, porém de baixo índice nutricional.
 
Esses são problemas que podem se relacionar, mas que não necessariamente têm a mesma causa. Mas a principal característica de todos eles é a falta de vitaminas e minerais essenciais para que o organismo funcione de forma adequada, inclusive mantendo a imunidade fortalecida, algo muito importante durante toda a vida e que vem sendo muito falada por estarmos em meio a uma pandemia viral global.
De acordo com o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizado entre 2017 e 2018, 15 pessoas, em média, morrem de fome todos os dias no país. Em cinco anos, aumentou em cerca de 3 milhões o número de pessoas sem acesso regular à alimentação básica, atingindo, ao menos, 10,3 milhões de pessoas no país. Em 2018, o Ministério da Cidadania realizou o Mapeamento da Insegurança Alimentar e Nutricional (Mapa InsAN); os dados mostraram que, em média, 427.551 crianças com menos de 5 anos tinham algum grau de desnutrição, calculado de acordo com o déficit de peso por idade ou altura. Para ter um parâmetro global, a Organização das Nações Unidas estimou que quase 690 milhões de pessoas passaram fome em 2019.
 
Agora, se falarmos em desnutrição, a Organização para a Agricultura e a Alimentação das Nações Unidas (FAO) estima que haja aproximadamente 2 bilhões de pessoas desnutridas no mundo e 840 milhões de pessoas subnutridas nos países em desenvolvimento; desses, mais de 200 milhões são crianças. A fome oculta é a principal causa de anemia e, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, 30% da população mundial é anêmica, em especial crianças abaixo de 2 anos e mulheres de diferentes faixas etárias, embora também possa ocorrer em homens e idosos. No Brasil, estima-se que 40% a 50% das crianças tenham anemia.
 
Entre as diversas ações e planos possíveis para solucionar esses problemas está a fortificação de alimentos essenciais, como as farinhas de trigo e de milho, que são fortificadas com ferro e ácido fólico; o sal, enriquecido com iodo; e o leite, com adição de vitamina D, entre outros. Para isso, muitos governos realizam ações e parcerias público-privadas para que alguns alimentos sejam fortificados com vitaminas e micronutrientes. Esse é um caminho extremamente eficiente.
 
A vitamina D, por exemplo, vem sendo muito considerada por médicos e nutricionistas por estar associada à saúde óssea – melhora a absorção de cálcio, o que reduz o risco de fraturas –  e também porque está associada à melhora da imunidade e redução no risco de infecções no trato respiratório. Em tempos de COVID-19, esse último fator é extremamente importante. Inclusive, a OMS passou a recomendar a vitamina D para infecções respiratórias, já que pesquisas recentes apontam que o nutriente tem um efeito protetor no trato respiratório superior, podendo evitar que o organismo seja infectado e, caso seja, o vírus é combatido e tratado com mais agilidade e reduz as chances de sintomas mais severos.
 
É inegável que o Sol é a melhor fonte de vitamina D, isso porque os raios ultravioleta do tipo B (UVB) são capazes de ativar a síntese dessa substância no nosso organismo, mas há evidências científicas de que praticamente o mundo todo sofre com deficiência de vitamina D. Por isso, muitos reguladores e entidades científicas recomendam sua complementação em alimentos.
 
Por fim, a melhor forma de prevenir a desnutrição é garantir o consumo de uma dieta balanceada, rica em vitaminas e micronutrientes. Tornar isso acessível a toda a população é um trabalho árduo e complexo. E, diante disso, a parceria público-privada é essencial para trilhar esse longo caminho que temos a seguir.


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