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Estado de Minas

AMI, 100 anos. Um novo tempo. Em paz


08/03/2021 04:00

Fábio P. Doyle
Da Academia Mineira de Letras
Jornalista

Uma data para ser comemorada, o centenário da Associação Mineira de Imprensa, a AMI. Os 100 anos serão completados em 18 de setembro próximo. A mais antiga entidade da classe jornalística foi fundada em Juiz de Fora, em 18 de setembro de 1921, com o nome de Associação de Imprensa de Minas, modificado para o atual em assembleia geral em 28 de abril de 1949, já transferida para Belo Horizonte.

De acordo com seu estatuto, aprovado também em assembleia geral depois de adotada sua nova denominação, a AMI, sua sigla, é, melhor, era, pois sofreu mudanças indevidas, “uma entidade civil de finalidades não lucrativas” para “congregar jornalistas mineiros de relevo profissional e ilibada reputação, reunindo-os, e as suas famílias, em atividades de caráter social, recreativo, cultural e cívico”.

A relação de seus objetivos, elencados no terceiro artigo estatutário, é longa. Entre eles, “preservar a dignidade profissional dos jornalistas e da imprensa mineira”, “protestar contra os abusos de poder que firam a liberdade de imprensa e de opinião”, “promover e apoiar congressos e encontros jornalísticos”, “desenvolver intercâmbio cultural, promover comemorações de caráter cívico, manter-se vigilante na defesa das instituições democráticas”.

Durante muitos anos e muitas diretorias, foi assim. Mas, infelizmente, há alguns anos, uma mudança de presidente pôs tudo a perder. Aqueles nobres objetivos foram abandonados, o estatuto até então vigente foi substituído por outro que ninguém, entre os sócios pioneiros, conhece, pois aprovado em assembleia diria clandestina, convocada em edital certamente publicado apenas em um canto de página do órgão oficial. Numa evidência lamentável de como é fácil um grupo, ou uma pessoa mal intencionada, como no caso em questão, apossar-se de uma entidade qualquer. Basta um editalzinho.

A AMI, até então, viveu em paz e harmonia, com presidentes e diretores que só a engrandeceram. Osvaldo Massote, Hélio Adami de Carvalho, Britaldo Silveira, Ney Octaviani Bernis, Odair de Oliveira, Djalma Alves de Azevedo, Carlos Magno de Almeida, Manuel Fagundes Murta, Tarcisio Henriques, Morgan da Motta, diretor cultural, João de Paulo Pires, presidente do coral, José Mendonça, Matilde Biadi, diretora do teatro, Oswaldina Nobre, Oswaldo Nobre, José Otávio Alkmin Henriques, João Bosco Barbosa, Victor Purri. Entre os presidentes, vices, diretores, conselheiros que minha memória de ex-presidente e construtor da sede da Rua da Bahia alcança. Pedindo desculpas pelas omissões.

Deve ser lembrado para a classe e para a cidade o que significava a nova sede que na minha gestão foi construída, na década dos anos 60, na Rua da Bahia, 450, por dois engenheiros/arquitetos, de um deles lembro o nome, José Benício.

Dois jovens, competentes, corretos, entusiasmados com a missão que lhes foi dada. Eles a executaram com técnica e carinho em prazo curto, e com verbas limitadas. E estavam lá, ao nosso lado, na inauguração, em 8 de outubro de 1969, que contou com a presença do então governador do estado, Dr. Israel Pinheiro, do prefeito Souza Lima, de autoridades, convidados, e de toda a imprensa. A AMI contava na época com 225 sócios.

A sede chamava a atenção por sua fachada bonita, moderna, de linhas sóbrias e leves. A construção era ampla internamente, aberta com uma varanda comprida voltada para a rua, contando com espaços destinados a um teatro/auditório onde peças eram encenadas e onde o coral que criamos, dirigido pelo talentoso maestro Luiz Aguiar, composto basicamente por filhos e netos de jornalistas, ensaiava e se apresentava com sucesso. Tinha, ainda, uma galeria de arte, inaugurada por Inimá, e uma biblioteca em formação.

Ainda sobre a construção do prédio da Rua da Bahia, um registro em homenagem devida. Ao governador Israel Pinheiro, pela ajuda financeira, sem a qual teria sido difícil custear a obra, concluída em três anos.

E a dois diretores indispensáveis, o tesoureiro Tarcísio de Moura Henriques, no controle rigoroso de todos os gastos, e Victor Purri Neto, engenheiro, reitor, professor, responsável pela instalação da Itacolomi, primeira emissora de TV de nossa Minas Gerais, a quem foi entregue a supervisão da obra e autorização das despesas.

Mas o que nos preocupa, a todos nós, como percebi da conversa com o atual presidente, jornalista José Honorato de Oliveira Junior, que trabalha e mora em Brasília, é a recuperação material, fachada e partes internas, financeira, débitos de IPTU, e cultural, uso do auditório, da galeria, da biblioteca etc.. Vale lembrar que o projeto, por carência de recursos, ficou incompleto na parte dos fundos. Recuperar será a palavra de ordem. Até o nome da entidade foi retirado da fachada! Se tudo der certo, qualquer que seja a nova diretoria, a bonita sede da AMI voltará a embelezar o quarteirão, onde já está, logo ao lado, a bonita sede da Academia Mineira de Letras.

)Tudo, repito, depende do bom entendimento que reúna o grupo do atual presidente, o bem intencionado José Honorato, que busca a harmonia, com os que foram afastados dos quadros sociais, hoje bem reduzidos pelas leis da vida, que podem ser anistiados, e que também desejam o mesmo, entre eles Washington Mello, o mais atuante, e outros mais. Uma nova diretoria assim formada, séria, respeitada, reconquistaria a condição de “entidade cultural não lucrativa” que a tornaria isenta de impostos, livrando-a dos débitos fiscais. Tudo devidamente comemorado em 8 de outubro, o dia maior, o do centenário.


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