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Atenção para com os jovens

A falta de oportunidades para jovens, especialmente acadêmicos, hoje, é de impressionar


postado em 21/02/2020 04:00



 Gilson E. Fonseca
Sócio e diretor da Soluções em Engenharia 
Geotécnica Ltda (Soegeo)

Já ocupei este espaço, há alguns anos, para tratar do assunto com outra abordagem. O título deste artigo está denunciando o conteúdo, mas a ideia é mesmo enfatizar a falta de compreensão e mesmo de carinho que tem faltado para com os jovens, sobretudo aqueles que têm tido poucas oportunidades na vida. Estatísticas mostram, hoje, que a falta de oportunidades de emprego para jovens, na faixa de 18 a 25 anos, chega à casa dos 30%. "Desconhecendo" essa triste realidade, é comum observarmos pais rigorosos demais no julgamento do desempenho dos filhos no trabalho ou na luta para consegui-lo. Muitos reclamam que falta a eles garra para conseguir emprego ou mesmo para obter maiores ganhos como eles lograram.
O desempenho ou o sucesso em determinada atividade depende, diretamente, do encontro da oportunidade com a competência. Quanta gente hoje bem preparada, até com doutorado, e que está sem oportunidade?! Pessoas de outra geração teimam em fazer comparações com seu desenvolvimento próprio, porém, numa época completamente diferente de hoje. Milan Kundera, no seu famoso livro A insustentável leveza do ser, foi muito feliz em dizer que a vida não nos dá oportunidade de comparação. Realmente, toda comparação se mostra frágil porque ocorre em tempos diferentes e, é claro, em circunstâncias também. Por exemplo, como iremos saber se seria melhor ser solteiro se não se pode ser casado e solteiro ao mesmo tempo?
O Brasil foi um dos países que mais mudanças sofreram nos últimos anos e a falta de oportunidades para jovens, especialmente acadêmicos, hoje, é de impressionar, mesmo as pessoas mais frias e insensíveis, resultando na perda de talentos para outros países. Os erros de governantes do passado estão sendo pagos agora e a conta, muito amarga, está caindo no colo dos jovens e o resultado é que muitos da classe média, outrora, estão engrossando as estatísticas de classe média baixa ou pobres. O mais lamentável é constatar que executivos ou profissionais que tiveram grande chance, no momento de mercado francamente comprador, e com capacitação até duvidosa, mostram-se insensíveis e alheios à responsabilidade individual que todos temos.
Na hora da cobrança, é fundamental uma autocrítica desapaixonada e sensível porque, além de tudo, nada é mais triste do que a situação de muitos que estão sem trabalhar, com autoestima baixa e até desesperança. Ter que mostrar serviço e que é capaz, por si só, não é uma situação confortável. Na intimidade dos problemas de uma família, as dificuldades do momento não podem justificar determinadas atitudes de pais que querem apressar a independência dos filhos, na intenção de resolver eventuais dificuldades financeiras. Pressões e frases do tipo "na sua idade não só trabalhava, mas eu já era pai de vários filhos!", "você já é um marmanjo e deveria ter vida própria!" e outras do gênero fazem mais mal do que bem. Portanto, está havendo incompreensão e carinho para com os jovens.



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