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Desdenhando os limites


postado em 22/09/2019 04:00

Gilson E. Fonseca
Sócio e diretor da Soluções em Engenharia Geotécnica Ltda (Soegeo)

Ainda sem maturidade ecológica e ambiental, na época interessei-me em ler o best-seller Os limites do crescimento, publicado pelo Clube de Roma (1968). Esse grupo, formado por intelectuais e cientistas de várias áreas do conhecimento, se reunia para discutir os problemas do mundo. O tema mais debatido era o crescimento desordenado das cidades e apresentar soluções para o destino do lixo, a conservação das florestas e, sobretudo, a poluição do ar e das águas. Mesmo com o preço do petróleo nas alturas, ao ponto de ser chamado de "ouro negro", o grupo vaticinou que no futuro, rico seria quem tivesse água. Veja que, em parte, já chegamos lá, onde em vários lugares (África e Ásia) se morre por falta dela. Li, também, outro sucesso de vendas, do autor E. F. Schumacher, intitulado O negócio é ser pequeno, publicado em 1976 (original em inglês, Small is beautiful), onde, também, o foco é a dimensão das coisas e estabelecer os limites. O autor chegou a apontar até uma cidade ideal com o máximo de 500 mil habitantes. Tal tamanho, economicamente, permitiria ter hospitais, faculdades, aeroporto, metrô, saneamento básico etc.

Temos visto com preocupação, sobretudo no século 21, o crescimento desordenado em todo o planeta, particularmente o chamado Terceiro Mundo e aqueles em desenvolvimento. Não há como culpar a natureza, pois, bem sabemos, ela é independente e generosa, mas exige que nos comportemos. Ela é tão fantástica que dotou a terra de uma inclinação de 23,4 graus do seu eixo, em relação à vertical, para permitir as quatro estações do ano. Sem este recurso do cosmo, não teríamos as chuvas no verão, necessárias à agricultura; o período de seca no inverno, para facilitar as construções etc. Entretanto, ela, naturalmente, reage às interferências humanas como a poluição de qualquer espécie, bem como desmatamentos e queimadas como as que levaram a Amazônia a um frenesi internacional.

Engana-se quem pensa que crescimento não tem limite. Como executivo, presenciei muitas empresas que faliram ao negligenciar o controle, porque se preocuparam mais com produção e crescimento do que com o resultado operacional compatível com seu tamanho para se sustentar. A concentração populacional é outro problema que não só assusta como desafia o mundo. A maior cidade do planeta é a chinesa Chongqing, com mais de 30 milhões de habitantes. Xangai tem quase 20 milhões. Dessa forma, todos os limites foram ultrapassados e ninguém sabe como controlar.

Portanto, é assustador constatar, mesmo com tamanha imensidão, a poluição dos mares, sem falar no uso de máscaras, em várias regiões, pela poluição do ar. Na antiga Roma, o Senado, para não deixar a cidade desprotegida, determinou um limite para o imperador Cesar sair com seu exército: o Rio Rubicão. Surgiu, então, a metáfora de que quem não respeita limites "atravessa o Rubicão". O mundo atual, com líderes insensíveis e mercantilistas, está "atravessando o Rubicão", sem medir as consequências para o nosso futuro. Lamentavelmente, nosso presidente Bolsonaro desconhece eufemismos e limites verbais que tanto têm afetado as relações internacionais e a retomada do crescimento econômico. 


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