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Estado de Minas

Punição e recuperação


postado em 15/02/2019 05:07

O país continua atônito – e ainda em busca de respostas, além dos corpos de 155 pessoas que continuam desaparecidas –, passadas exatas três semanas da tragédia que se abateu sobre Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Todos os esforços de recuperação da área devastada têm de ser feitos pelas autoridades e pela Vale, empresa proprietária da barragem da Mina do Córrego do Feijão que se rompeu, levando com o mar de lama que se formou a vida de mais de uma centena de pessoas – 166 corpos já foram resgatados pelos incansáveis bombeiros mineiros e de outros estados da Federação.

A sociedade brasileira, especialmente a mineira, exige punição exemplar a todos os responsáveis pela catástrofe que destruiu famílias e sonhos, pois ainda está viva na memória tragédia semelhante ocorrida em Mariana, com o estouro da Barragem do Fundão, causando a morte de 19 pessoas e um dos piores desastres ambientais do mundo. Quase nenhum responsável pela catástrofe na cidade histórica foi punido, e os processos contra a empresa Samarco, sócia da Vale naquele empreendimento, se arrastam na Justiça. São ações protelatórias atrás de ações protelatórias, prejudicando, há mais de três anos, os atingidos.

É preciso ressaltar que, a par da severa punição aos responsáveis pelos crimes de Brumadinho e de Mariana, a economia de Minas Gerais, em grande parte voltada para a indústria extrativa mineral, depende da perenidade das empresas mineradoras, responsáveis pela geração de dezenas de milhares de empregos em Minas e de centenas de milhares em todo o Brasil. São, também, as principais geradoras de impostos para muitos municípios espalhados pelo país. A economia não pode prescindir das atividades das companhias do setor minerário, mas elas devem ter, como compromisso primeiro, só operar sob garantias absolutas de segurança. A população não irá tolerar uma terceira tragédia de tamanhas proporções.

Não é compreensível que a segurança em áreas de risco, como as de barragens de rejeito de mineração, ainda usem obsoletos sistemas de alerta baseados em sirenes, que não funcionaram após o rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão. Chega a ser um acinte que empresas da magnitude da Vale – uma das maiores mineradoras do planeta – ainda se fiem em alarmes usados há mais de 70 anos, nos bunkers ingleses, durante a Segunda Guerra Mundial. O que se exige são sistemas modernos como os utilizados em países com tradição minerária, como o Canadá e a Austrália, onde nunca ocorreram desastres como os de Brumadinho e Mariana.

A Vale, um dos principais sustentáculos da economia mineira e com atuação em vários estados, não pode ficar parada. Deve voltar a operar com urgência, mas somente depois de ressarcir as vítimas da catástrofe, totalmente, e em completas condições de segurança. O mesmo se aplica à Samarco. Que os responsáveis pelas tragédias sejam punidos exemplarmente, sem qualquer condescendência. Mas que também sejam restauradas as condições para que as empresas voltem a operar dentro da normalidade, pois a economia de Minas tem de voltar a funcionar plenamente. O que é bom para o estado e todo o Brasil.


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