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Estado de Minas

Mineiros não acessam a cultura local


postado em 01/12/2018 05:05

 

 

 

 







Acordar cedo em pleno sábado para dar um passeio pelas ruas e ver a arquitetura da cidade. Entre fotos e selfies, parar numa cafeteria e decidir a programação do dia lendo o caderno de cultura de um jornal impresso. A família resolve passar em algumas galerias de arte privadas para ver o que está acontecendo, já pensando onde almoçará. As crianças ficam maravilhadas com as obras de arte e não se furtam em perguntar sobre as peças. O diálogo da família passa por diferentes assuntos do cotidiano. Os pais aproveitam a oportunidade para garantir cultura aos filhos, enquanto são aconselhados por outros clientes a ir ao museu. Entre museus e galerias, ainda sobrou tempo para um piquenique no parque antes de voltar ao hotel. Depois de um breve descanso, se arrumam para um programa musical gratuito na praça central. As crianças correm na praça e o casal se abraça com a sensação de ter vivido um dia especial.

A maior parte dos leitores pode ter pensado que o cenário dessa história era Paris, Roma ou Nova York. É comum viajar para o exterior para conferir exposições de arte, passear em uma praça pública e observar a arquitetura local. O que é muito estranho é ver famílias escolherem essas experiências no exterior e não realizar tais  ações em seu dia a dia no Brasil. Nem mesmo a justificativa de custos ou de poucas opções é plausível. Existe uma série de atividades culturais gratuitas ou subsidiadas. A quantidade de atividades entre cinemas, arquitetura, teatro, dança, artes plásticas, museus e música não cabe nos fins de semana disponíveis. Mesmo os espaços privados também proporcionam uma visitação gratuita.

Em São Paulo, é comum observar famílias passeando por galerias de arte aos fins de semana, mesmo que estas não tenham cliente. Faz parte dos programas culturais familiares paulistanos viver a cidade e tudo que tem a oferecer é possível. É bem mais interessante gastar seu tempo com cultura ao longo do ano inteiro que concentrar tudo em uma semana de viagem à Europa.

Em Belo Horizonte, a maior parte dos espaços culturais está dentro do limite da Avenida do Contorno. Se por um lado isso é ruim, em função da distância excludente desses lugares à periferia, por outro, permite fazer um percurso cultural a pé. Da Praça da Estação é possível ir à Funarte. Passando pelo parque municipal chega-se ao Palácio das Artes. No caminho até o Circuito Cultural da Praça da Liberdade estão o Museu Mineiro, o Museu da Moda, o Museu Inimá de Paula, Museu da Imagem e do Som, a Academia Mineira de Letras, o teatro do Izabela Hendrix e o Centro Cultural do Banco do Brasil. A Praça da Liberdade dá acesso a vários equipamentos culturais, chegando, por fim, à Savassi e todas as atividades culturais locais. Nesse trajeto estão as melhores galerias de artes plásticas de BH. Abertas e disponíveis à entrada de qualquer pessoa.

Não sei se é por medo ou pela própria arquitetura das galerias ou espaços culturais, mas muitas pessoas têm receio de entrar nesses espaços. É impressionante ver como as grandes portas do Palácio das Artes, mesmo abertas, não absorvem a população que passa em frente.

Valorizar a cultura local e usar os espaços públicos para oferecer entretenimento aos filhos é garantir às gerações futuras a apropriação do que é nosso. Quem sabe, assim, pode-se conquistar coesão social. Quem sabe, assim, podem-se resolver problemas em vez de fugir do país. É uma oportunidade de garantir aos filhos um olhar crítico para o mundo em que vivem. É proporcionar que eles sejam melhores.

 

 


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