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Estado de Minas NOVO RECORDE

Desmatamento na Amazônia aumenta 312% em maio

Houve recorde de desmatamento pelo terceiro mês seguido. Alta nos números se deve ao aumento dos crimes ambientais nas unidades de conservação


16/06/2021 13:08 - atualizado 16/06/2021 13:20

ICMBio teve seu orçamento reduzido pelo governo Bolsonaro nos últimos três anos(foto: Carlos Fabal/AFP)
ICMBio teve seu orçamento reduzido pelo governo Bolsonaro nos últimos três anos (foto: Carlos Fabal/AFP)
O índice de desmatamento do mês de maio, divulgado pelo Sistema de Detecção do Desmatamento na Amazônia Legal em Tempo Real (Deter), ferramenta do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) que fiscaliza ações de desmatamento, registrou um aumento de 312% em relação ao mesmo período do ano passado. Houve, ainda, recorde de desmatamento pelo terceiro mês seguido. As florestas protegidas, que são fiscalizadas pelo Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio), registraram 11.296 hectares de desmatamento, número bem superior ao registrado em maio de 2020, quando 2.741 hectares de florestas foram perdidos. Os números se referem à devastação registrada especificamente em unidades de conservação.

As medições oficiais são feitas entre agosto e julho do ano seguinte. Entre agosto de 2020 e maio de 2021, as unidades de conservação somam 33.820 hectares de mata devastada. Esse volume é 40% superior ao verificado entre agosto de 2019 e maio de 2020, intervalo que registrou 24.165 hectares de florestas perdidas.

Na última semana, foi autorizada pelo governo federal uma nova operação militar na Amazônia liderada pelo vice-presidente da República, Hamilton Mourão, que vai focar em áreas onde ocorrem os mais altos índices de queimadas e desmatamento. No estado do Pará, serão priorizados São Félix do Xingu, Altamira, Novo Progresso, Pacajá, Portel, Itaituba e Rurópolis. No Amazonas, as ações se concentrarão na região de Apuí e Lábrea. Em Mato Grosso, a região de Colniza deve receber reforço, assim como Porto Velho, em Rondônia.

Orçamento e pessoal reduzidos

O ICMBio teve seu orçamento reduzido pelo governo Bolsonaro nos últimos três anos. Hoje, o instituto conta com mais de mil servidores, lotados em unidades que ocupam uma área superior a 171 milhões de hectares. Isso quer dizer que, na média, cada servidor seria responsável por uma área equivalente a dos municípios de São Paulo (1.521,11 km²) e do Rio de Janeiro (1.200,25 km²) juntos. As unidades de conservação correspondem a cerca de 18% da área continental e mais de 26% da zona costeira e marinha.

Em 2014, o ICMBio contava com 1.851 servidores efetivos. Em 2019, foram contabilizados 1.589. No mesmo período, o número de prestadores de serviços, terceirizados, também caiu: de 2.332 para 1.659. Atualmente, há mais de 1.300 cargos vagos. A tendência é de piora, por causa de aposentadorias previstas e da não autorização de concursos públicos.

No Brasil, existem 334 unidades de conservação federais. As unidades localizadas no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Minas Gerais, que somam 3,4% do território protegido, concentram 27% do quadro de servidores do ICMBio, enquanto Amazonas e Pará, que detêm 55% da área federal protegida, contam com tão somente 14,6% dos servidores.

O ICMBio não retornou às ligações do Correio.

*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro


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