
As medições oficiais são feitas entre agosto e julho do ano seguinte. Entre agosto de 2020 e maio de 2021, as unidades de conservação somam 33.820 hectares de mata devastada. Esse volume é 40% superior ao verificado entre agosto de 2019 e maio de 2020, intervalo que registrou 24.165 hectares de florestas perdidas.
Na última semana, foi autorizada pelo governo federal uma nova operação militar na Amazônia liderada pelo vice-presidente da República, Hamilton Mourão, que vai focar em áreas onde ocorrem os mais altos índices de queimadas e desmatamento. No estado do Pará, serão priorizados São Félix do Xingu, Altamira, Novo Progresso, Pacajá, Portel, Itaituba e Rurópolis. No Amazonas, as ações se concentrarão na região de Apuí e Lábrea. Em Mato Grosso, a região de Colniza deve receber reforço, assim como Porto Velho, em Rondônia.
Orçamento e pessoal reduzidos
O ICMBio teve seu orçamento reduzido pelo governo Bolsonaro nos últimos três anos. Hoje, o instituto conta com mais de mil servidores, lotados em unidades que ocupam uma área superior a 171 milhões de hectares. Isso quer dizer que, na média, cada servidor seria responsável por uma área equivalente a dos municípios de São Paulo (1.521,11 km²) e do Rio de Janeiro (1.200,25 km²) juntos. As unidades de conservação correspondem a cerca de 18% da área continental e mais de 26% da zona costeira e marinha.
Em 2014, o ICMBio contava com 1.851 servidores efetivos. Em 2019, foram contabilizados 1.589. No mesmo período, o número de prestadores de serviços, terceirizados, também caiu: de 2.332 para 1.659. Atualmente, há mais de 1.300 cargos vagos. A tendência é de piora, por causa de aposentadorias previstas e da não autorização de concursos públicos.
No Brasil, existem 334 unidades de conservação federais. As unidades localizadas no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Minas Gerais, que somam 3,4% do território protegido, concentram 27% do quadro de servidores do ICMBio, enquanto Amazonas e Pará, que detêm 55% da área federal protegida, contam com tão somente 14,6% dos servidores.
O ICMBio não retornou às ligações do Correio.
*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro
