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Estado de Minas CPI DA COVID

Estado de São Paulo registra primeiro caso da variante indiana de COVID

Paciente de 32 anos, portador da cepa B.1.617, mora em Campos dos Goytacazes (RJ) e desembarcou em Guarulhos (SP) em 22 de maio


27/05/2021 04:00

João Gabbardo, coordenador executivo do Centro de Contingência da COVID-19 de São Paulo:
João Gabbardo, coordenador executivo do Centro de Contingência da COVID-19 de São Paulo: "Não existe correlação entre o aparecimento de uma variante e uma terceira onda. Essa variante pode não ter capacidade de maior transmissibilidade e maior letalidade. Isso tem de ser analisado" (foto: SERGIO LIMA/AFP)


São Paulo – O estado de São Paulo identificou o primeiro caso da cepa B.1.617 do novo coronavírus, conhecida como variante indiana. O paciente tem 32 anos, mora em Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, e desembarcou no Aeroporto Internacional de Guarulhos em 22 de maio. A amostra foi enviada ao Instituto Adolfo Lutz, da Secretaria de Estado da Saúde, e o sequenciamento, finalizado ontem. O passageiro foi identificado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), responsável pelo monitoramento no aeroporto. O órgão federal informou a pasta estadual sobre o caso positivo quando o passageiro já havia embarcado em voo doméstico para o Rio de Janeiro. Segundo o governo estadual, não há registros de um caso autóctone desta linhagem no Estado de São Paulo.

A Secretaria de Saúde informou que, imediatamente depois de comunicada pela Anvisa, começou as medidas de vigilância epidemiológicas necessárias junto ao município. Foi pedida a lista completa dos passageiros do voo, além dos nomes de todos os funcionários do aeroporto, laboratório e dos contatos do passageiro para isolamento e monitoramento. As equipes de vigilância do Rio de Janeiro também foram imediatamente notificadas para o acompanhamento do caso.

Desde o último dia 14 de maio, as equipes de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde notificam os municípios de residência de todos os passageiros vindos da Índia que desembarcam no Brasil. A medida é uma parceria com a Anvisa, que envia para a Saúde a lista completa dos passageiros do voo.

Nesta terça-feira, a Prefeitura de São Paulo começou a fazer uma triagem no Terminal Rodoviário do Tietê para evitar a entrada da variante indiana na cidade. Os passageiros que chegam do Maranhão, local onde a variante foi confirmada, têm a temperatura aferida e precisam preencher um questionário de saúde. Outras ações de prevenção estão sendo feitas nas rodovias.

TERCEIRA ONDA 

O coordenador executivo do Centro de Contingência da COVID-19 de São Paulo, João Gabbardo, negou que a terceira onda da pandemia esteja diretamente relacionada à chegada no Brasil da variante identificada pela primeira vez na Índia. Ele afirmou que São Paulo se prepara para um eventual comportamento mais agressivo da nova cepa e que Secretaria da Saúde trabalha com o aumento da disponibilidade de leitos.

O Maranhão informou nesta semana que foi entubado o paciente identificado como portador da nova cepa após piora do quadro de saúde. Especialistas temem que a mutação do coronavírus que causou o colapso do sistema de saúde indiano tenha taxa de contágio maior. “Quando as pessoas perguntam se estamos prevendo terceira onda: não. Não existe nenhuma correlação entre o aparecimento de uma variante e uma terceira onda. Essa variante pode não ter capacidade de maior transmissibilidade e maior letalidade. Isso tem de ser analisado e estudado. Temos a possibilidade de ter uma nova variante. Toda hora temos novas variantes. Isso não significa terceira onda”, afirmou Gabbardo.

A análise de Gabbardo foi feita durante coletiva ao lado do governador João Doria (PSDB) e outros membros do governo paulista ontem à tarde. O coordenador pontuou que há mobilização para que três mil leitos, antes utilizados para pacientes com COVID-19 e hoje em outras especialidades, sejam remanejados caso seja necessário. Gabbardo disse também que, independentemente da variante ou do vírus original, a população deve manter prudência e medidas sanitárias, como distanciamento físico, uso de máscaras e evitar aglomerações. O coordenador do Centro de Contingência chamou atenção à necessidade de avançar na vacinação para redução dos indicadores epidemiológicos.

“Ainda estamos enfrentando patamar elevado dos indicadores. Não seria conveniente, neste momento, essa flexibilização, conforme estava previsto para 1º de junho. Há elevação pequena no número de internações, casos, uma estabilidade em patamares elevados e o risco da variante indiana. Tudo isso faz que essa medida de segurança seja a mais adequada para adiar em mais duas semanas a ampliação da reabertura”, afirmou, após Doria anunciar a manutenção das atuais restrições.

ENQUANTO ISSO...

...Cepa se dissemina pelo mundo

A variante indiana do novo coronavírus, a B.1.617, já foi detectada oficialmente em 49 países e 4 territórios, segundo relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) publicado ontem. São oito novas áreas em relação ao boletim da semana passada. A organização também afirmou já ter recebido informações, de fontes não oficiais, indicando que a variante foi encontrada em mais sete países e territórios, incluindo nações que são referência no combate à pandemia, como China e Nova Zelândia, o que eleva o total de áreas afetadas para 60. O documento indica que a cepa B.1.617 é mais contagiosa e diminui a eficácia das vacinas da Pfizer e de Oxford/AstraZeneca, mas ainda é investigado se ela está relacionada a quadros mais graves de COVID-19 e se ela aumenta o risco de reinfecção.

Queiroga: “EUA não vão doar vacinas ao Brasil”

Brasília – O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, comentou ontem sobre a manifestação do presidente norte-americano, Joe Biden, sobre a intenção de doar vacinas contra COVID-19 a outros países. Queiroga avaliou positivamente a promessa, mas afirmou que no caso do Brasil, “sendo pragmático, os EUA não vão doar as vacinas, até porque o Brasil comprou essas doses das indústrias americanas”.

De acordo com Queiroga, o esforço nas tratativas com o país não pleiteia a doação de vacinas, destacando sua conversa com o secretário de Saúde dos EUA, Xavier Becerra, Queiroga afirmou que seu esforço é para antecipar a entrega das vacinas compradas com farmacêuticas americanas como a Pfizer e Johnson & Johnson “e propor algo com as indústrias americanas”.

Queiroga participou na manhã de ontem de sessão conjunta das comissões de Fiscalização Financeira e de Defesa do Consumidor da Câmara. Ele afirmou que o esforço do ministério na busca de vacinas contra COVID-19 é “diuturno” e que a pasta tem mantido conversas constantes com as farmacêuticas na tentativa de garantir celeridade na produção dos imunizantes. O ministro destacou ainda a importância da autonomia na produção dos imunizantes e afirmou que pode haver a necessidade de uma vacinação anual contra a doença. “A ciência ainda não trouxe todos esses dados, mas é possível que sim”, afirmou o ministro sobre a possibilidade de a vacina ter que ser aplicada anualmente. Com relação ao tema, Queiroga reforçou a importância de avançar em tratativas de transferência tecnológica que permitam que as vacinas sejam produzidas nacionalmente.

Queiroga também afirmou que se reúne constantemente com farmacêuticas como a Moderna, a Pfizer, e com o Instituto Butantan, dizendo que essas tratativas fazem parte das estratégias para lidar com a pandemia nos próximos anos.

Ainda sobre a aquisição de vacinas, na tentativa de acelerar o Plano Nacional de Imunizações (PNI), Queiroga também comentou sobre a participação da iniciativa privada na compra de imunizantes. Segundo o ministro, o debate “diminuiu” porque as empresas viram que não é simples adquirir vacinas no exterior. Ele destacou o trabalho no processo de compra de vacinas realizado pelo Ministério das Relações Exteriores, que é comandado por Carlos Alberto França.

Total de óbitos passa de 454 mil

Brasília – O Brasil registrou 2.398 mortes nas últimas 24 horas causadas pela COVID-19, de acordo com dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). Com os registros, 454.429 vidas foram perdidas para a doença. 

O levantamento do Conass, que compila dados de secretarias de Saúde dos 26 estados e do Distrito Federal, apontou ainda 80.486 novos casos de COVID-19 em 24 horas, com um total de 16.274.695 registros desde o início da pandemia. 

Ainda há 3.749 mortes em investigação. O termo é empregado pelas autoridades de saúde para designar casos em que um paciente morre, mas a causa segue sendo apurada mesmo após a declaração do óbito.

O número de pessoas que pegaram COVID, mas se recuperaram desde o início da pandemia totalizou 14.733.987, o que corresponde a 90,5% do total de pessoas que foram infectadas com o vírus.

O ranking de estados com mais mortes pela COVID é liderado por São Paulo (109.241), seguido do Rio de Janeiro (49.899), Minas Gerais (39.540), Rio Grande do Sul (27.756) e Paraná (25.777). 

Na parte de baixo da lista, com menos vidas perdidas para a pandemia, estão Roraima (1.612), Acre (1.652), Amapá (1.673), Tocantins (2.813) e Alagoas (4.661). 

Até o momento, foram distribuídas a estados e municípios 90,7 milhões de doses de vacinas contra a COVID-19. Desse total, foram aplicadas 59,6 milhões de doses, sendo 40,4 milhões da primeira dose e 19,2 milhões da segunda dose.



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