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Estado de Minas CORONAVíRUS

Com recordes, mortes podem passar de 40 mil em setembro

Projeção foi feita pelo Estado de Minas, tendo como base a velocidade impressionante dos novos registros da doença respiratória no Brasil. Óbitos chegaram a 14.817


postado em 16/05/2020 04:00 / atualizado em 15/05/2020 22:21



O Brasil bateu, ontem, mais um recorde diário de mortes pela COVID-19 e computou 15.305 casos de contaminação em 24 horas, de acordo com balanço divulgado ontem pelo Ministério da Saúde. O levantamento incluiu 824 óbitos e o país, agora, tem 218.233 diagnósticos de infecção pelo novo coronavírus. A doença já matou 14.817 pessoas no país.
 
O destaque negativo ficou por conta do Rio de Janeiro: em 24 horas, o estado registrou 191 novas mortes. São, agora, 2.438 óbitos pela enfermidade no estado. Nem todos esses óbitos aconteceram nesse período de tempo, mas se tornaram oficiais no intervalo de um dia. Em São Paulo, também houve alta significativa de mortes: 186 a mais. O estado computa 4.501 vidas perdidas pela pandemia, além de 58.378 registros de infecção pela doença, recorde no Brasil.
 
Até quando o vírus avançará no Brasil e quantas vidas serão levadas pela doença é a pergunta que milhões de brasileiros se fazem, todo dia, ao verem os números de mortos aumentarem no país. Em meio à falta de testes e subnotificação de casos e óbitos, fica difícil até apontar quando será o pico da curva de contaminação em território brasileiro.
 

"Aqui no Brasil, quando chegar com força nos aglomerados, vilas, favelas e interior, essa mortalidade pode ser maior ainda"

Unaí Tupinambás, médico infectologista e professor da UFMG

 
 
Com base nos dados do Ministério da Saúde, o Estado de Minas traçou dois cenários para a doença até agosto e setembro. Para isso, a reportagem levou em conta os dados divulgados pela pasta na quinta-feira, quando o país registrou 13.944 novos casos da doença e 844 novos óbitos em apenas 24 horas. No total, o país contabilizava 202.918 casos e 13.993 mortes.
 
Num primeiro cenário, considerou-se a média diária de contaminações e mortes registradas pelo ministério: de 26 de fevereiro (quando foi registrado o primeiro caso no país) a quinta-feira, passaram-se 78 dias, o que corresponde à média diária de 2.601 casos. Por outro lado, de 17 de março (quando foi registrada a primeira morte) a quinta-feira, passaram-se 58 dias, média de 241 óbitos diários.
 
Caso o Brasil mantenha essa média diária até 1º de agosto, o país chegará à marca de 408.397 casos da doença e 33.032 mortos. Além disso, num cenário em que a pandemia se arraste, com a mesma velocidade, até 1º de setembro esses números chegarão a 489.028 e 40.503, respectivamente. No entanto, toda essa projeção pode está longe da realidade, tendo em vista que a média diária de 241 óbitos significa apenas 28% do que foi registrado no boletim de quinta-feira e 34% se comparada à média dos últimos sete dias também até quinta-feira.
 
Portanto, esse cenário apenas seria realista se o número de casos e óbitos no país diminuísse de forma significativa nos próximos meses. Isso mostra a importância do isolamento social. “Não sabemos quando a doença vai se estabilizar. Não sabemos se isso vai chegar a 1 milhão de casos ou 1,5 milhão. Nos EUA, isso chegou depois de 1 milhão. Aqui no Brasil, quando chegar com força nos aglomerados, vilas, favelas e interior, essa mortalidade pode ser maior ainda. Não é hora de afrouxar (o isolamento social). É hora de fazer campanha e ficar em casa. Tem que valorizar o uso da máscara e a distância social”, defende o médico infectologista Unaí Tupinambás, professor do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG e consultor da Prefeitura de Belo Horizonte no combate à COVID-19.

Combate Por outro lado, caso as medidas de isolamento social não forem reforçadas, ou cientistas não cheguem a uma vacina confiável, o Brasil corre o risco de chegar a setembro com mais de 1,2 milhão de casos da COVID-19. Nesse segundo cenário, o EM considerou a média diária dos números da pandemia nos últimos sete dias até quinta-feira. Na ocasião, foram contabilizados 9.687 casos por dia e 692 mortes diárias.
 
Multiplicando essas médias pelo número de dias até agosto e setembro e somando o número de casos e mortes já contabilizadas pelo Ministério da Saúde, chega-se a um resultado assustador: se nenhuma medida de contenção for tomada e os dados continuarem na mesma proporção, o país chegará em agosto a 968.191 casos de contaminação e 68.661 mortes. Em relação a setembro, o número passa de 1 milhão, com 1.268.288 casos e 90.113 mortes.
 
“Infelizmente isso é possível. Não chegamos ao nosso teto e não sabemos quando vai ser o teto. Agora, a doença está interiorizando, o momento é de reforçar o isolamento. O problema é que há uma desorientação das autoridades sanitárias, algumas falam que é pra isolar e outras falam que não. O certo é que não chegamos ao pico e esses números ainda podem aumentar. Estamos no caminho para que isso aconteça”, comenta Tupinambás.

*Estagiário sob supervisão 
da subeditora Marta Vieira
 
Lockdown

O governador do Pará, Hélder Barbalho (MDB), anunciou ontem a prorrogação do lockdown imposto sobre 10 cidades do estado, incluindo a capital Belém. O lockdown valerá nesses municípios até dia 24. “A gente precisa fazer um pouco mais de esforço, isso ainda não é o suficiente”, afirmou. Segundo o Ministério da Saúde, 10.867 casos de COVID-19 já foram identificados no Pará, e 1.063 pessoas morreram por causa da doença. As medidas valem para as cidades de Belém, Ananindeua, Marituba, Benevides, Santa Bárbara, Santa Izabel do Pará, Castanhal, Santo Antônio do Tauá, Vigia de  Nazaré e Breves. 


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