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Estado de Minas ESPíRITO SANTO

Dia de pânico e violência nas avenidas de Vitória

Grupo ocupou via, quebrou carros, apedrejou ônibus e atacou comércio, que fechou as portas. Em outra região, veículos foram incendiados. Suspeitos do ataque estão presos


postado em 15/02/2020 04:00

Na Avenida Maruípe, criminosos entraram nos ônibus, expulsaram os passageiros e atearam fogo ao veículo (foto: Reprodução/Vitória )
Na Avenida Maruípe, criminosos entraram nos ônibus, expulsaram os passageiros e atearam fogo ao veículo (foto: Reprodução/Vitória )

Um grupo causou pânico na Avenida Leitão da Silva, um das mais importantes de Vitória, capital do Espírito Santo, na manhã de ontem. Eles quebraram carros, apedrejaram ônibus, atacaram comércios e levaram pânico a moradores e comerciantes do local. Ainda não há um balanço sobre os prejuízos e eventuais pessoas feridas na ação. De acordo com a Polícia Civil, sete pessoas foram detidas até o momento. Outros ataques aconteceram na capital capixaba. Dois ônibus foram incendiados na Avenida Maruípe – próximo ao quartel da Polícia Militar – e na Rodovia Serafim Derenzi, na região da Grande São Pedro, Zona Norte da cidade. Ambas as vias registram grande fluxo de carros.
 
A principal suspeita dos órgãos de segurança é de que o ataque seja uma retaliação. Há a suspeita de que o grupo seja de moradores do Bairro da Penha, uma das maiores favelas de Vitória. Desde a semana passada, a Polícia Militar está realizando a Operação Anóxia, que consiste em ações de patrulhamento durante todo o dia na comunidade. Em decorrência da ação, um adolescente de 17 anos foi morto, na madrugada de ontem. A morte foi confirmada pelo secretário de Segurança Pública, Roberto Sá, em entrevista coletiva. “Não adianta eles (criminosos) acharem que vão nos intimidar. Se o ataque é em decorrência da ação, iremos continuar”, afirmou.
 
“Tomamos conhecimento de um óbito que deu entrada no (hospital) São Lucas, que é ali da região também: São Benedito, Bonfim, Bairro da Penha. Esse óbito será objeto de uma investigação rigorosa. Há a informação de que, lamentavelmente, esse jovem tinha envolvimento com o tráfico, o que não justifica (descartar uma investigação). Esse óbito vai ser investigado como todos os outros são”, disse.
 
Já o comandante-geral da PM, coronel Sartório, que também estava na entrevista coletiva, afirmou que os ataques podem ter uma retaliação à ocupação policial que ocorre há dez dias no Bairro da Penha. Segundo ele, o objetivo da ação é conter os constantes confrontos em razão da disputa do tráfico de drogas. Sartório falou sobre grupos criminosos que podem estar por trás dos ataques. “Nós temos, no estado do Espírito Santo, grupos criminosos que tentam dominar determinados territórios e ali muitas vezes se deparam com a polícia militar ou com outros criminosos. Alguns conhecidos são o Primeiro Comando de Vitória, o Trem Bala. Temos uma indicação talvez de um acesso do PCC, mas ão temos a certeza do PCC envolvendo o tráfico no Espírito Santo", afirmou ao site G1.
 
O efetivo da Polícia Militar nas ruas de Vitória também foi reforçado. Policiais que normalmente atuam em serviços administrativos em unidades próximas ao Complexo da Penha foram deslocados para as ruas. O mesmo aconteceu com cabos da PM que participavam de um curso de formação para sargentos, que foram acionados. Por questões estratégicas, a PM não informou quantos policiais estão nas comunidades.
 
Apesar do conflito, o comandante-geral da PM afirma que a violência no Complexo da Penha vem sendo reduzida. “O Complexo da Penha já teve muitas vezes conflitos de bairro contra bairro, as vezes de beco contra beco. Hoje em dia há um grau de pacificação na região que a gente atribui também à ocupação da Polícia Militar. Nós temos dois destacamentos blindados, que são permanentes, a Polícia Civil faz muitas ações. Essa região tem sido pacificada nos últimos anos", disse o coronel Sartório, que destacou também a realização de projetos sociais nas comunidades.

Detidos Os sete suspeitos apreendidos pela Polícia Civil foram encontrados com galões de gasolina e com fogos de artifício. O secretário de Segurança, Roberto Sá, afirma que as forças policiais agirão de forma ostensiva e que todos os crimes, como os de depredação, serão investigados. “Quero dizer para os criminosos que esse tipo de ousadia eu conheço, eu conheço bem e não vai ficar impune. Estamos avaliando a motivação de todos os crimes que aconteceram”, destacou Roberto Sá.
 
Além de viaturas da Polícia Militar, pelo menos dois helicópteros da corporação estão sendo usados na operação que visa conter os focos das ações criminosas. Pelo Twitter, o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, também comentou sobre o caso. “Bandidos reagem à ocupação da PM nos bairros, mas a polícia atuará com mais força ainda. Essa será a nossa resposta”.
 
Durante os ataques, carros foram depredados por ataques com pedras. Dois ônibus na Avenida Marechal Campos – um Transcol e um coletivo municipal de Vitória – também foram alvo de pedradas. Testemunhas contam que os criminosos colocaram fogo no Transcol, mas a população conseguiu conter as chamas. Nas Avenidas Leitão da Silva e Marechal Campos, carros foram danificados, comerciantes precisaram fechar as portas rapidamente e um ônibus foi incendiado –mas os moradores conseguiram conter as chamas rapidamente.
 
Na Avenida Maruípe, que faz ligação com a Marechal Campos, quatro criminosos armados entraram em um ônibus, mandaram os passageiros descer e deram tiros para o alto. Depois, o coletivo foi completamente incendiado. Os criminosos fugiram. Não há informações sobre vítimas. As avenidas já foram liberadas pela polícia, que permaneceu no local, mas as lojas permaneceram fechadas ontem. Com medo, pedestres e motoristas evitaram passar nas avenidas.


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