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Estado de Minas MEIO AMBIENTE

Igreja alerta para os desafios na Amazônia


postado em 28/10/2019 04:00

Indígenas da Amazônia participaram do encerramento do sínodo (foto: Andreas SOLARO/AFP)
Indígenas da Amazônia participaram do encerramento do sínodo (foto: Andreas SOLARO/AFP)
Vaticano – Os participantes do sínodo pela Amazônia sabem que os desafios começam agora, com o fim do encontro e o retorno às suas comunidades. E esse foi o tom presente entre os religiosos na manhã de ontem, no Vaticano. "A fase pós-Assembleia do Sínodo é a mais importante. Nela, como Igreja no território, com o Repam, e com os povos e comunidades, somos os principais atores, e devemos retornar àqueles que vivem e esperam na Amazônia", afirmou o cardeal dom Cláudio Hummes, arcebispo emérito de São Paulo e presidente da Rede Eclesial Pan-Amazônica, em comunicado. "Trazer de volta o que eles nos confiaram com suas vidas, esperanças, gritos e alegrias, para continuar tecendo juntos neste momento em que o mais importante começa."

Dom Cláudio foi um dos cardeais que co-celebraram a missa oficial de encerramento do encontro dos bispos, na Basílica de São Pedro. O papa Francisco voltou a cobrar da Igreja uma postura voltada aos mais pobres. "Neste sínodo, tivemos a graça de escutar as vozes dos pobres e refletir sobre a precariedade das suas vidas, ameaçadas por modelos de progresso predatórios", pontuou o papa. A missa dominical contou com a participação de representantes de povos indígenas da região amazônica.

Esse retorno dos bispos às suas comunidades é aguardado pela Igreja, que espera visualizar em suas atuações as mudanças de postura cobradas pelo próprio encontro, seja na luta para conter a urgente crise climática, seja no acolhimento aos imigrantes, seja no respeito aos povos indígenas. "O documento foi fiel ao que foi dito na assembleia. Resta saber se a Igreja, seus bispos, padres, leigos e religiosas vão ser capazes de assumir a mudança", comenta o teólogo e filósofo Fernando Altemeyer Júnior, professor do Departamento de Ciência da Religião da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). "A Igreja com rosto amazônico está apenas nascendo."

“Será possível pensar um Cristo com rosto amazônico? Uma missa com cantos amazônicos? Um padre e um bispo nascidos na Amazônia? Diaconisas amazônicas? Clero amazônico? Cantos amazônicos? Fé com identidade amazônica? Depois de quinhentos anos é algo que precisa ser gestado e cuidado com amor", prossegue o professor. "A resposta é sim. A questão central é quem terá coragem de dar o salto qualitativo do mergulho cultural e aprender os idiomas e as traduções."
 



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