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Estado de Minas

Acusados de matar padre fugiram do local do crime usando transporte público

Outros dois suspeitos estão sendo procurados pela polícia. Depois do crime, os bandidos pularam o muro da igreja e, com mochilas cheias de produtos do roubo, fugiram de ônibus


postado em 25/09/2019 15:08 / atualizado em 25/09/2019 15:22

Alessandro de Anchieta Silva e Antônio Willyan Almeida Santos(foto: Ed Alves/CB/D.A Press)
Alessandro de Anchieta Silva e Antônio Willyan Almeida Santos (foto: Ed Alves/CB/D.A Press)
Agentes da 2ª Delegacia de Polícia (Asa Norte) ainda procuram outros dois envolvidos no latrocínio — roubo seguido de morte — que vitimou o padre Kazimierz Wojno, 71 anos, mais conhecido como Casemiro. Nesta terça-feira (24/9), os investigadores prenderam, em Valparaíso de Goiás, dois suspeitos, identificados como Alessandro de Anchieta Silva, 18 anos, e Antônio Willyan Almeida Santos, 32. Eles teriam participado do assassinato por asfixia do padre, no último sábado. Os investigadores desconfiam que o crime tenha acontecido porque o religioso teria reconhecido um dos bandidos.

Alessandro chegou algemado em um carro descaracterizado da Polícia Civil, por volta das 15h. O veículo foi escoltado por uma equipe da Divisão de Operações Especiais (DOE) e da Divisão de Operações Aéreas (DOA). Ele foi ouvido por um delegado plantonista da 2ª DP, durante a tarde desta terça-feira (24/9). Antônio foi encontrado horas depois. Com eles, a polícia apreendeu dois notebooks e outros possíveis pertences do padre Casemiro.

A polícia chegou aos suspeitos por meio de provas científicas e técnicas obtidas pelos institutos de Identificação e de Criminalística. O crime, segundo explica o delegado-chefe da 2ª DP, Laércio Rossetto, à frente das investigações, envolveu requintes de crueldade. Ainda não há informações sobre o que havia no cofre, uma vez que o conteúdo não foi recuperado.

Por volta das 18h40, após Casemiro celebrar a missa das 17h de sábado na Paróquia Nossa Senhora da Saúde (702 Norte), o padre seguia para a casa paroquial, onde morava, e foi rendido e subjugado. Pouco tempo depois, José Gonzaga da Costa, 39 anos, um dos caseiros da igreja, foi rendido.


Crueldade


Os criminosos amarraram as duas vítimas nos pés e nas mãos. Gonzaga levou um soco de Alessandro e chegou a ficar sob a mira de uma arma de fogo. Enquanto isso, os criminosos se dividiram entre os dois andares da casa e aproveitaram para abrir o cofre, que fica no térreo do imóvel. O padre foi assassinado em seguida. “A forma que o arame foi passado no pescoço da vítima indica que eles apertaram muito, e não tinha como não saber que isso causaria a morte”, comentou Rossetto, ao destacar a intenção de matar o religioso.

Por volta das 21h40, câmeras de segurança das vias próximas à igreja mostram quatro homens pulando um dos muros que cercam o terreno da paróquia. Levaram todos os objetos roubados em mochilas e pegaram transporte público. À polícia, o caseiro afirmou que foi vendado e que não chegou a ver o crime, mas ouviu o momento em que o padre comentou: “Não é necessário fazer isso”. À polícia, o caseiro contou a versão de que conseguiu tirar a fita adesiva que cobria a boca e uma venda, sobre os olhos, friccionando o rosto em uma parede. Em seguida, ele se arrastou, mesmo amarrado, até a obra, onde gritou por socorro. “Ele prestou depoimento duas vezes na delegacia.

Contudo, ainda há inconsistências no relato. Para comprovar a versão, pedimos para que ele passasse por exame de corpo de delito no Instituto de Medicina Legal (IML) para constatar algum ferimento pela fricção na parede”, detalhou. Rossetto reafirmou a possibilidade de que o crime tenha sido premeditado. “Está claro que eles tinham todo o controle do que seria feito. A casa tem dois andares, então, eles dividiram o trabalho entre si, com dois em cada andar. Eles sabiam o que tinha ali (na casa), o que iam fazer e as ferramentas do padre. Os objetos (roubados) ainda não foram encontrados e esperamos que a Justiça emita mandados de busca e apreensão”, afirmou.

O investigador acrescenta que o padre costumava trabalhar em uma pequena oficina na casa; por isso, o barulho no imóvel não chamou atenção. “Alessandro admite (o crime). Só não está sendo contundente quando diz que não queria a morte do padre, mas ele estava com arma de fogo e ajudando no crime”, comentou o policial. Os agentes buscam a arma usada no crime e um dos envolvidos, considerado foragido, identificado como Daniel Souza da Cruz, 29.

Rossetto esclarece que ainda procuram informações para chegar ao quarto envolvido no esquema. “Em depoimento, o Alessandro disse que não conhecia o ‘de menor’. Ou seja, consideramos, em primeiro momento, que se trate de um adolescente”, finalizou.


Sobre o crime


  • Estimativa é de que ocorreu entre as 18h40 e as 20h40, pois, antes disso, o padre celebrou a missa e esteve com fiéis. 
  • Após o fim da missa, o religioso retornou à casa, mas, próximo dali, havia uma obra, onde teria sido rendido e subjugado. 
  • Pouco tempo depois, os criminosos fizeram uma segunda vítima, um caseiro da igreja que mora lá há mais de 20 anos. Ambas as vítimas foram amarradas nos pés e nas mãos. 
  • No caso do padre, teve requintes de crueldade, pois passaram arame liso no pescoço (usado em construção) 
  • Um dos bandidos foi muito violento, estava usando um revólver na hora do crime e também luvas.
  • Ele deu um soco na boca do segundo caseiro, que confirmou ter ficado na mira de uma arma de fogo durante todo o crime. 
  • Após 21h40, os autores do crime deixam a casa e o terreno da igreja e pulam o muro que circunda a igreja (apesar das imagens ruins, quatro pessoas são vistas).


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