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Estado de Minas

Cadelinha estuprada por morador de rua ficará disponível para adoção

O animal, resgatado ontem após prisão do suspeito, está internada e não tem previsão de alta. A cachorra é uma filhote, ganhou o nome Veruska e é dócil, diz defensora dos animais


postado em 27/03/2019 10:03 / atualizado em 27/03/2019 11:21

A cadela ganhou o nome de 'Veruska' e está internada. Ela está para adoção (foto: Arquivo Pessoal )
A cadela ganhou o nome de 'Veruska' e está internada. Ela está para adoção (foto: Arquivo Pessoal )
"Ontem ela não conseguia se mexer e não deixava ninguém tocá-la. Quando tentávamos passar a mão, a bichinha gritava. Mas depois de medicada, ela já está bem melhor e muito dócil. Demos a ela o nome de Veruska. Posso garantir que quem a vê, se apaixona". Esse é o relato da defensora dos animais e advogada Ana Paula Vasconcelos, que está responsável pela cachorrinha que foi vítima de um abuso sexual cometido por um homem em situação de rua, no Paranoá, no Distrito Federal. O crime aconteceu na segunda-feira e provocou revolta nas redes sociais. 
O suspeito foi detido, assinou um termo circunstanciado de comprometimento de comparecimento na audiência judicial. Depois, saiu pela porta da frente da 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá). A cadela também estava na unidade e gritava a cada tentativa de alguém de tentar chegar perto dela. 

Foi com jeitinho que a defensora Ana Paula conquistou a confiança de Veruska. Mesmo amedrontada, a cadela se aproximou e ficou com a advogada, que também participa da ONG Projeto Adoção São Francisco. Após assinar um termo de compromisso de cuidadora do animal, o destino da cadelinha foi o Hospital Veterinário Antônio Clemenceau — que tem parceria com a advogada. 

"Ela foi o caminho inteiro dormindo no meu colo. Nosso medo era que algum órgão dela tivesse se rompido, pois a Veruska apresentava sangramento. Fizemos um ultrassom, raio x, hemograma e outros exames laboratoriais. Felizmente, não teve comprometimento", conta Ana Paula Vasconcelos. 

Por causa da situação, a cadela precisou ser internada no hospital e ainda não tem previsão de alta. Veruska está tomando remédios fortes para inibir a dor e antibióticos para tratar de doenças. "Após os cuidados, percebemos uma mudança notória nela. A Veruska já permite toques e carícias, se mostrando um animal extremamente dócil", garante.  

Pronta para adoção 

Veruska apresenta comportamentos típicos de um filhote, como agitação e energia para brincar. Veterinários acreditam que ela tenha entre três e quatro meses de vida. Agora, o objetivo da defensora de animais é encontrar um lar apropriado para ela, onde ela possa recomeçar a vida ao lado de pessoas que tenham muito amor para dar. 

"Quem tiver interesse em adotá-la, pode entrar em contato comigo. O melhor que podemos fazer para um animal que é vítima de maus-tratos como a Veruska é dar um lar especial, onde ela se sinta completamente acolhida. É o mínimo que podemos fazer, pois neste caso, acho que não vamos conseguir o resultado esperado na Justiça, porque o autor é morador de rua e não tem endereço fixo para ser encontrado", destaca Ana Paula. 

A advogada garante que realizará uma campanha para bancar a castração de Veruska. O procedimento cirúrgico só poderá ser realizado depois de avaliação e liberação do veterinário. "Antes de entregá-la, eu farei uma avaliação na casa da família, dou orientações e vejo tudo para que a Veruska tenha o melhor lar. Porém, mesmo depois de entregá-la, o novo dono tem sempre que me dar noticias do animal. Se eu ver que o bicho não recebe o tratamento adequado, eu o tomo de volta. Não se pode ser negligente", frisa. 

Os interessados em adotar a pequena podem entrar em contato com a defensora de animais pelo telefone (061) 98215-4751.

O abuso

Quem passava pelo local ouviu a cadela urrar. O morador de rua, de 47 anos, foi então flagrado realizando o ato e policiais militares que faziam ronda em uma viatura foram acionados. 
 
O suspeito recebeu voz de prisão dos militares, que conseguiram resgatar o animal. O homem e a cadela foram levados para a 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá), onde chegaram às 17h30. Agentes da unidade coletaram o depoimento do morador de rua. 

"Todos ficamos em estado de choque com esta situação, é algo muito triste e assustador. O homem responderá por esse crime", delimita a delegada Jane Klébia, chefe da 6ª DP. Segundo ela, o homem já tem passagem por Maria da Penha, lesão corporal e homicídio. 
 
O acusado foi autuado em flagrante por maus-tratos, pela lei de crimes ambientais. A pena é de detenção de três meses a um ano. Como não é prevista prisão imediata para esse tipo de delito, o homem foi liberado após assinar um Termo de Compromisso de Comparecimento à audiência judicial. 


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