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Estado de Minas

Bebê morre após parto de 28h e família denuncia violência obstétrica

A jovem teria passado mais de 28 horas em trabalho de parto, o que, segundo denúncia da família, ocasionou a morte do bebê. A diretoria do Hospital Regional de Samambaia nega a versão


21/09/2018 22:10 - atualizado 21/09/2018 22:13

Jovem teria buscado atendimento no HRSam na segunda-feira (17/9)
Jovem teria buscado atendimento no HRSam na segunda-feira (17/9) (foto: Geyzon Lenin/Esp. CB/D.A Press)
Familiares de uma mulher de 19 anos denunciam um hospital do Distrito Federal por negligência, omissão e violência obstétrica. Lorrane Stefany de Souza Golçalves chegou à unidade na manhã de segunda-feira (17/9) e teria passado mais de 28 horas em trabalho de parto.
 
A jovem só foi atendida na terça-feira (18/9), quando o filho morreu. A direção da unidade hospitalar nega a versão, alegando que a mulher teve o parto induzido e que a criança faleceu durante o nascimento, quando os ombros ficaram presos no canal vaginal. 
 
Eneusa Aparecida, mãe de Lorrane, relata que ela e a filha saíram de Santo Antônio do Descoberto (GO), onde moram, para irem até o HRSam. Elas chegaram por volta das 10h, quando preencheram a ficha médica. No entanto, a jovem só teria sido atendida às 13h. "Ela estava em sofrimento grande, me pedindo socorro. Ela dizia 'estou com muita dor, não vou conseguir'. 'Eles estão me matando, vão matar o meu bebê'", relembra. 
 
O parto de Arthur ocorreu na terça-feira (18) e, segundo Eneusa, a criança nasceu sem vida, roxa. "Eu pedi socorro para todos os médicos, mas parecia que ela não era ninguém. É uma situação que poderia ter sido evitada, nada disso precisava ter acontecido", lamenta. 
Lorrane recebeu alta do HRSam no início da tarde desta sexta-feira (21/9) e não corre risco. O corpo do menino foi velado às 14h30, no Cemitério de Santo Antônio do Descoberto. "Estamos muito abatidos, é um momento difícil para todos nós", disse Eneusa. 
 
Lorrane Stefany de Souza Golçalves estava grávida de 41 semanas quando deu entrada no HRSam
Lorrane Stefany de Souza Golçalves estava grávida de 41 semanas quando deu entrada no HRSam (foto: Arquivo pessoal)
 
 

Outro lado

 
A diretora do Hospital Regional de Samambaia, Luciana de Melo Russo, contesta a versão apresentada. Segundo ela, a família teria chegado à unidade às 13h, quando Lorrane foi internada para a observação de indução ao parto, uma vez que a jovem estava grávida de 41 semanas. Ela passou 18h na ala, quando tomou dois comprimidos de uma medicação intravaginal para induzí-la ao trabalho de parto. 
 
"Quando fomos aplicar a terceira dose, começaram as contrações. Nesse momento, ela foi transferida para a ala onde ficam as mulheres em trabalho de parto. Ela levou nove horas no processo e, às 17h, iniciou-se o nascimento da criança", afirma Luciana Russo.
 
Ainda de acordo com a diretoria, ocorreu um problema no processo expulsivo do bebê. "Primeiro sai a cabeça e a própria criança encolhe os ombros, enquanto o médico realiza a manobra giratória para o nascimento. No caso da Lorrane, não ocorreu isso e os ombros ficaram presos. É uma intercorrência que não pode ser prevista", esclarece.
 
Segundo Luciana, uma equipe de sete profissionais teria auxiliado no parto, "pois essa intercorrência precisa de manobras complexas para a expansão do canal vaginal". "Só que, infelizmente, a criança morreu ao ficar presa." 
 
Manobras de reanimação foram realizadas no bebê, mas não houve resposta. "Toda a equipe ficou muito impactada com a situação. Fizemos o melhor que pudemos", garante a diretora do HRSam. 
Lorrane recebeu atendimento psicológico no hospital e um encaminhamento para o acompanhamento em uma Unidade Básica de Saúde (UBS). 


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