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Estado de Minas

Apenas três psicólogos foram denunciados por tentar 'cura gay' nos últimos cinco anos

Segundo conselho de psicologia, três dos 260 processos disciplinares julgados se referiam ao caso. Dois profissionais sofreram cassação e um sanção pública


postado em 19/09/2017 17:29 / atualizado em 19/09/2017 17:45

O conselho de psicologia vai recorrer da decisão que permitiu tratamento aos gays(foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
O conselho de psicologia vai recorrer da decisão que permitiu tratamento aos gays (foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Apesar da polêmica causada por uma decisão da Justiça Federal que abriu brecha para que psicólogos tentem reverter a orientação sexual das pessoas, a prática da “cura gay” parece ser rara no Brasil. Ou pelo menos não é denunciada.

De acordo com o Conselho Federal de Psicologia, nos últimos cinco anos, apenas três dos 260 processos disciplinares julgados pelo órgão regulador se referiam a profissionais descumprindo a resolução a Resolução nº 001/1990, que proíbe tratamentos neste sentido.

O número equivale a 1,15% dos procedimentos disciplinares. Dos três denunciados, dois tiveram o registro profissional cassado e uma recebeu sanção pública. O conselho, que tem hoje 299.962 cadastrados, não dá detalhes dos casos e nem informa quem são os profissionais envolvidos.

De acordo com decisão divulgada nesta segunda-feira (18), a 14ª Vara Federal orienta o Conselho Federal de Psicologia a não punir psicólogos que promoverem estudos ou atendimentos clínicos para tratar a orientação sexual.

Em audiência realizada em 15 de setembro, o juiz federal Waldemar Cláudio de Carvalho deferiu parcialmente liminar da psicóloga Rozângela Alves Justino, que moveu ação popular pedindo a suspensão da resolução do CFP que proíbe a oferta de tratamento para influenciar a orientação sexual das pessoas.

Questão de interpretação


Na decisão, o juiz disse que a resolução não proíbe o tratamento dos homossexuais. “Apenas, alguns de seus dispositivos, quando e se mal interpretados podem levar à equivocada hermenêutica no sentido de se considerar vedado ao psicólogo realizar qualquer estudo ou atendimento relacionados à orientação ou reorientação sexual”.

Em vigor desde 1990, a resolução segue entendimento da Organização Mundial da Saúde, que naquele ano deixou de considerar a homossexualidade doença.

Conselho prepara recurso


O Conselho Federal de Psicologia confirmou, nesta terça-feira (19), que vai recorrer da decisão da Justiça Federal do DF dentro do prazo de 15 dias úteis, contados a partir de 8 de setembro. O órgão está estudando argumentos para pedir a derrubada da decisão do juiz federal.

Em nota, o conselho ressaltou que a resolução que proíbe o tratamento para reorientação sexual continua em vigor, mas disse que a decisão “abre a perigosa possibilidade de uso de terapias de reversão sexual”.

Tratamento gera sequelas


Na audiência do processo, os representantes do conselho alertaram que, além de a homossexualidade não ser doença, “as terapias de reversão sexual não têm resolutividade, como apontam estudos feitos pelas comunidades científicas nacional e internacional, além de provocarem sequelas e agravos ao sofrimento psíquico”.


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