O Consórcio das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ) vai cobrar o cumprimento do acordo entre a Agência Nacional de Águas (ANA) e o Departamento de Água e Energia Elétrica de São Paulo (DAEE) visando à redução na retirada de água do Sistema Cantareira para abastecer a Região Metropolitana de São Paulo.
A partir de 30 de setembro, a vazão de defluência (saída de água) pelo túnel 5 do sistema será reduzida de 19,7 metros cúbicos por segundo para 18,1 m3/s. A partir do dia 31 de outubro, a vazão pelo mesmo túnel baixará para 17,1 m3/s.
" A Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) tem de cumprir o que foi deliberado. Todo mundo quer água, mas a situação é muito grave e a dor tem de ser dividida entre todos", disse o diretor de Projeto do Consórcio PCJ, José Cézar Saad. O acordo, durante reunião do Grupo Técnico de Assessoramento para Gestão do Sistema Cantareira (GTAG), prevê ainda que a vazão defluente, ou seja, a liberação de água para a bacia PCJ, que abastece cidades como Campinas e Piracicaba, será mantida em 3 metros cúbicos por segundo, podendo ser aumentada para 4 m3/s caso seja necessário.
A preocupação nas regiões do PCJ é de que o esgotamento do Cantareira prive as bacias até da vazão mínima atual. Com o fluxo de 3 metros por segundo, o Rio Piracicaba está praticamente seco, com vazão de 10 m3/s, um quinto da normal nesta época. "Em anos anteriores, na época de estiagem a vazão liberada pelo Cantareira para as bacias do PCJ chegou a 11 metros cúbicos por segundo", comparou.
O Comitê das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (Comitê PCJ) confirmou nesta segunda o acordo entre a ANA e o DAEE visando à redução na retirada de água do Sistema Cantareira para abastecer a Região Metropolitana de São Paulo. O GTAG, que tem em seu quadro representantes da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), emitiu um comunicado sobre a deliberação. A Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos do Estado, no entanto, chegou a negar a existência do acordo.
O comitê, que tem representante no GTAG, decidiu que seus membros não se manifestariam sobre a disputa entre o governo paulista e a União em razão do momento político. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) é cobrado pela crise hídrica no Estado, especialmente Região Metropolitana de São Paulo, e tem descartado a adoção de racionamento, alegando que os sistemas que abastecem a região têm água suficiente para manter o abastecimento até a chegada das chuvas.