O desembargador Fernando Antônio Torres Garcia prestou depoimento na tarde desta segunda-feira, 31, como testemunha de defesa na terceira e última etapa do julgamento do Massacre do Carandiru em primeira instância, que ocorre no Fórum Criminal da Barra Funda. Garcia era juiz da corregedoria na época do massacre.
O massacre ocorreu no dia 2 de outubro de 1992, quando 111 detentos foram mortos após uma invasão policial para conter uma rebelião de presos. A acusação defende que os presos estavam desarmados e rendidos quando a Polícia Militar entrou no Pavilhão 9 e que, portanto, os detentos foram executados pelos policiais. Já o advogado de defesa dos réus, Celso Vendramini, defende que os presos estavam armados e que houve um confronto com os policiais.
Garcia também negou ter visto corpos de presos no Pavilhão 9. “Nenhum civil teria visto isso. Somente os policiais [que foram os únicos a entrar no Pavilhão 9 logo após a rebelião]”, disse o desembargador.
Nesta fase do Tribunal do Júri estão sendo julgados 15 policiais do Comando de Operações Especiais (COE) pela morte de oito presos e duas tentativas de homicídio. As vítimas ocupavam o quarto pavimento (terceiro andar) da desativada Casa de Detenção do Carandiru. Quatro delas foram mortas após disparos de armas de fogo. As demais, por armas brancas.