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Estado de Minas

Governo fecha o cerco contra manifestantes violentos na Copa

Entre ações de enrijecer punição a badernas e treinamento de tropas especiais para deter manifestações violentas, autoridades se preparam para turbulências iguais as enfrentadas há um ano durante a Copa das Confederações


postado em 03/03/2014 17:46 / atualizado em 03/03/2014 18:30

Policiais e manifestantes Black Bloc se enfrentam na praça da Liberdade em Belo Horizonte no dia da independência em 2013(foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)
Policiais e manifestantes Black Bloc se enfrentam na praça da Liberdade em Belo Horizonte no dia da independência em 2013 (foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)

À medida que a Copa do Mundo se aproxima, as autoridades brasileiras vão fechando o cerco contra manifestações violentas para impedir qualquer incidente grave na grande festa do futebol. Pesquisas apontam que é pouco provável que o movimento social tenha a mesma intensidade do que em junho de 2013, mas os protestos continuam sendo a maior preocupação do governo em termos de segurança.

A previsão é que 150 mil policiais sejam mobilizados nas 12 cidades-sede. Aos gritos de "Não vai ter Copa", manifestantes continuam indo às ruas, e os protestos acabam sendo violentos cada vez que o grupo anarquista Black Bloc entra em ação.

A morte do cinegrafista Santiago Andrade, atingido na cabeça por um rojão durante uma manifestação em 6 de fevereiro no Rio de Janeiro, despertou uma onda de indignação em todo o país e levou o governo a tomar medidas mais duras. "Não toleramos nada disso, é preciso reprimir", declarou a presidente Dilma Rousseff depois da tragédia.

O governo resolveu agir em duas frentes: endurecimento do Código Penal para punir ações violentas durante as manifestações e elaboração de uma lei antiterrorista, prevista para ser aplicada durante da Copa, com poucas chances de ser aprovada antes do evento. Alguns parlamentares querem integrar a violência de militantes radicais no quadro dos "atos terroristas".

O PT, que no passado foi à frente de muitas passeatas, busca um equilíbrio entre a repressão e a preservação do direito de se manifestar. "Terrorismo é uma coisa, outros crimes qualificam outras tipificações", opinou o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que ao mesmo tempo é favorável à proibição de manifestantes mascarados.

"Se, por um lado, não podemos coibir a liberdade de manifestação, temos de garantir a liberdade de manifestação, inclusive proteger manifestantes que querem se expressar democraticamente, por outro, não podemos tolerar o vandalismo, não podemos tolerar pessoas que utilizam manifestações para praticar atos ilícitos", enfatizou o ministro.

Policiais "ninjas"

A nova tática, testada em 22 fevereiro em São Paulo, durante um protesto "anti-Copa", poderá ser aplicada em breve no restante do território nacional: acompanhamento dos manifestantes radicais e mobilização de policiais "ninjas", que usam artes marciais para evitar o uso de armas. Também é prevista a "dispersão preventiva" com gás lacrimogêneo.

A Fifa também está ficando preocupada com a realização dos "Fan Fests", locais que receberiam milhares de torcedores em praças públicas das 12 cidades-sedes para assistir aos jogos em telões, com várias ações de marketing dos patrocinadores do evento.

Vários municípios se mantêm relutantes a assumir os gastos necessários para a instalação dessas estruturas, já que qualquer uso de verba pública relacionado à Copa está se tornando impopular - algo indesejável para os governantes em ano eleitoral. Teme-se também que esses "Fan Fests" se transformem em um ponto de encontro para manifestações anti-sistema.

Cenas de extrema violência em confrontos entre torcedores também tiveram uma repercussão muito negativa na mídia internacional, embora se saiba que é muito difícil que problemas como esses ocorrem em jogos entre seleções, ainda mais com o esquema de segurança previsto pela Fifa.

A criminalidade também continua sendo alvo de preocupação. A ocupação de várias comunidades antes dominadas pelo tráfico com as Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) contribuiu para que a taxa de homicídios caísse em 40% no Rio, mas o crime organizado contra-atacou recentemente ao assassinar policiais que trabalham nessas unidades. O número de furtos também aumentou de forma expressiva nos últimos meses nos bairros turísticos da Cidade Maravilhosa.


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