
O Ministério da Justiça ofereceu à governadora do Maranhão, Roseana Sarney, vagas em presídios federais para chefes da onda de rebeliões no Complexo Penitenciário de Pedrinhas. A cadeia é o epicentro de uma grave crise de segurança no estado nordestino. Desde o ano passado, 62 detentos morreram em disputas internas. No fim do ano, o Batalhão de Choque da Polícia Militar assumiu a segurança do local, mas a situação não se acalmou. A governadora deverá decidir até hoje se aceita ou não a ajuda federal.
Na manhã de ontem, a Secretária de Segurança Pública do Maranhão (SSP-MA) apresentou 11 acusados de planejar, coordenar e executar os ataques registrados no fim de semana. Hilton Araújo, de 27 anos, coordenou as ações de fora do presídio. Ele era foragido da Justiça e tinha uma condenação por 20 anos por homicídio. Também foi apresentado Jorge Henrique Amorim, de 21, conhecido como "Dragão", que estava preso no Complexo Penitenciário de Pedrinhas e é acusado de ser o mandante dos ataques. Também foram apresentados Hilderlei Moraes, de 25, Diogo da Silva do Carmo, de 20, Francisco Antonio Lobato Junior, de 18, Hogenilson Souza, Luiz Gustavo do Nascimento e Ismael Caldas de Souza, todos acusados de envolvimento com os ataques.
O secretário de Segurança Pública do Maranhão, Aluízio Mendes, anunciou a criação de uma delegacia que atuará dentro do sistema penitenciário maranhense para investigar os crimes dentro das prisões no estado e afirmou que um homem que teria participado do ataque a delegacia da Liberdade foi preso na manhã de ontem. "Já sabemos a identidade de outros envolvidos e devemos prender mais envolvidos nas próximas horas", garantiu.
Os ataques a ônibus em São Luís deixaram quatro feridos, entre eles uma criança de 6 anos, que corre risco de morte, e um policial militar aposentado morreu no tiroteio à delegacia. Os protestos estariam sendo executados a mando de líderes de organizações criminosas detidos.

No Maranhão, a situação é diferente. A onda de violência teria como origem disputa de poder entre facções rivais que controlam boa parte dos presídios locais. A desordem teria se agravado pelas péssimas condições de vida dos presos. Segundo relatos que chegam ao Departamento Penitenciário Nacional (Depen), o sistema carcerário do Maranhão é o pior do país. A oferta de vagas nos presídios federais foi encaminhada ao governo no Maranhão pelo diretor do Depen, Augusto Rossini, no sábado.
