Francisco terá como missão aproximar a Igreja Católica das outras religiões. Desafio há décadas para o vaticano, o pontífice luta para melhorar a imagem deixada por Bento XVI, que manteve durante seu pontificado um diálogo ecumênico restrito. Isso pode fazer parte, inclusive, de uma estratégia para angariar fiéis. No Brasil, por exemplo, os católicos passaram de 73,6% da população em 2000 (125 milhões de pessoas) para 64,6% em 2010 (123 milhões), segundo o censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Gastos Públicos
Apesar de festejada por católicos, a JMJ tem sido alvo de críticas de não seguidores do Vaticano. Isso porque o evento vai custar cerca de R$ 118 milhões aos cofres públicos. E quando o assunto é dinheiro a Igreja também acaba questionada, principalmente depois dos escândalos de lavagem de dinheiro que sacudiram o Banco do Vaticano. Conhecido pela humildade, o papa deverá tentar desconstruir a imagem de luxo e riqueza que rodeia a alta cúpula da Santa Sé. “O papa já demonstrou que quer transparência na limpeza do Banco do Vaticano”, avalia o vaticanista Vincent Lapomarda, do College of the Holy Cross (EUA).
Para Michele Dillon, professora de sociologia da religião da Universidade de New Hampshire (EUA), a visita do papa não vai virar a página da pedofilia. “Os efeitos dos escândalos de abuso sexual continuam a ser sentidos em muitos países. O papa precisa tratar o problema de frente”, avalia. Opinião contrária tem o frade Isidoro Mazzarolo, professor de interpretação bíblica da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ). Ele acredita que o pontífice está determinado a “virar a página” dos escândalos e a consolidar uma nova imagem na missão das lideranças eclesiásticas. “O papa se mostra intransigente com o pecado”, diz.