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Estado de Minas

Chorão não viveu em vão

Autor de frases como "O que se leva desta vida é o que se vive, é o que se faz", líder do Charlie Brown Jr. é encontrado morto em apartamento em São Paulo


postado em 07/03/2013 07:29 / atualizado em 07/03/2013 07:31

(foto: Paulo H. Carvalho/CB)
(foto: Paulo H. Carvalho/CB)
São Paulo – Barulhento, desbocado, sujo, violento, talentoso, bem-sucedido. Este era Alexandre Magno Abrão, o Chorão, da banda Charlie Brown Jr., encontrado morto na madrugada de ontem no seu apartamento em Pinheiros, na Zona Oeste de São Paulo. O corpo do cantor, que tinha 42 anos, estava caído de bruços na cozinha quando o motorista dele, depois de tentar contato com o patrão desde o dia anterior, decidiu entrar no imóvel.

Embora parentes e amigos de Chorão tenham declarado que ele andava depressivo e sentindo-se solitário, sobretudo depois que se separou da mulher, há cerca de seis meses, o delegado responsável pelas investigações, Itagiba Antônio Vieira Franco, não acredita na possibilidade de suicídio. Ele também refutou a hipótese de assassinato, mas evitou falar em overdose de drogas, embora considere “o uso de medicamento ou outra substância” como a causa da morte, ainda em fase de apuração. A polícia disse ter encontrado na bancada da cozinha um pouco do que seria um pó branco e suspeita que a substância, encaminhada para a perícia, seja cocaína. Além disso, havia uma grande quantidade de medicamentos espalhados pelo local, latas de refrigerantes, de energéticos, de cerveja e garrafas de vinho.

Franco se surpreendeu com o estado do apartamento do músico, uma cobertura de 250 metros quadrados. Além da sujeira, o aparelho de ar-condicionado estava quebrado, com marcas que sugeriam ter sido esmurrado. Uma das mãos, os pés e o lado esquerdo do rosto do cantor estavam lesionados, como se ele tivesse se chocado contra algo dentro do apartamento.

O segurança do cantor, identificado apenas como Victor, disse ao delegado que Chorão estava com mania de perseguição e que havia passado por quatro hotéis em apenas uma semana, porque acreditava que estava sendo vigiado e, também, por desentendimentos com funcionários. A paranoia fazia com que ele tivesse acessos de raiva, quando quebrava objetos e a mobília dos locais onde morava. Segundo as apurações preliminares da polícia, Chorão deve ter morrido na segunda-feira. Ele foi visto pela última vez às 18h daquele dia, pelo próprio segurança.

Prima de Chorão, a apresentadora Sônia Abrão disse que ele reclamava de solidão. Segundo ela, a situação piorou depois que o segundo casamento dele, com a estilista Graziela Gonçalves, que já durava 15 anos, terminou. Mas Sônia não acredita na hipótese de suicídio. Para ela, “uma crise de desespero forte, de solidão, depressão, seja o que for”, poderia explicar a morte prematura do artista. De acordo com a apresentadora, Chorão era muito ligado à família e cuidava da mãe, vítima de uma acidente vascular cerebral (AVC). O músico tinha um filho, Alexandre, de 23 anos, do primeiro casamento com Thaís Lima. O velório do músico começou ontem por volta das 22h no Ginásio Arena Santos. O enterro será hoje, às 15h, no Memorial Necrópole. Seu desejo de ser cremado só poderia ser atendido após liberação da polícia.

Lamento internacional

‘A repercussão da morte do cantor Chorão, do Charlie Brown Jr., se tornou internacional, com a banda Guns n’ Roses homenageando o músico. Em sua página no Facebook, que tem mais de 20 milhões de seguidores, a banda postou uma mensagem lamentando a morte do músico do Brasil. "Em luto pela morte de nosso irmão brasileiro, descanse em paz, Chorão", diz a postagem em inglês. A banda dedicou um vídeo com sua música Don’t Cr" (em português, "não chore") ao cantor e ainda disponibiliza um link da Wikipédia para que seus fãs conheçam mais sobre Chorão. Ele foi o assunto mais comentando no Twitter, na manhã de ontem. A hashtag enLeaderLutoChorão ocupou o primeiro lugar nos Trend Topics do mundo, enquantoenLeaderChorão ficou em terceiro e EnLeaderRIPChorão ocupou a quinta posição.

Trajetória

5 milhões de cópias vendidas, entre CDs e DVDs

19 títulos, entre CDs e DVDs

9 prêmios, incluindo dois troféus do Grammy Latino, em 2005 (melhor álbum de rock brasileiro, por “Tâmo aí na atividade”) e em 2010 (melhor álbum de rock brasileiro, por “Camisa 10 joga bola até na chuva”)

11 discos Incluindo dois álbuns ao vivo: “Acústico MTV” (2003) e “Música popular caiçara” (2012)

1 filme “O magnata”, de 2007, dirigido por Johnny Araújo, com roteiro do próprio Chorão


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