A apresentadora de televisão Sônia Abrão, prima do cantor Chorão (Alexandre Magno Abrão), encontrado morto na madrugada desta quarta-feira, afirmou que ele se sentia sozinho e descarta a hipótese de "suicídio". "A última vez que a gente se sentou para conversar, ele queria mais a família perto. Foi há seis meses, quando o meu pai morreu, irmão do pai dele. A gente sentou e ele disse: 'O que me derruba é saber que a gente nasce sozinho e morre sozinho. Eu tô no palco e estou cantando para melhorar as pessoas, mas estou me sentindo sozinho. Não adianta ter gente em volta de mim'", afirmou Sônia.
A apresentadora foi ao prédio onde morava o vocalista do grupo Charlie Brown Jr, em Pinheiros, na zona oeste da capital paulista, na manhã desta quarta. Chorão, de 42 anos, foi encontrado morto dentro de seu apartamento pelo seu motorista e seu segurança. Ela não chegou a entrar no apartamento mas, para Sônia, a bagunça no local era um sinal de "desespero".
Chorão teria se separado da mulher, com quem teve um relacionamento de 15 anos, há seis meses. No último encontro com o cantor, Sônia diz não ter entrado em detalhes sobre o rompimento. "Ele não abriu muito aquele dia, a gente estava vivendo uma outra situação (velório do pai de Sônia). Ele não sabia se ia conseguir ficar sozinho. Só falou da separação e que gostava muito dela".
Segundo Sônia, pela conversa com Chorão, a família sabia que o cantor passava por uma situação de crise com o fim de casamento. "A gente sabia que era um momento de crise por toda essa mudança. Mas ele tinha o filho, a música, a gente achava que ele estava bem ancorado". A família deverá cremar o corpo de Chorão na quinta-feira (7), às 17 horas, segundo Sônia, por ser uma tradição entre eles - o pai e o tio tiveram o mesmo ritual. As cinzas poderão ser jogadas no mar ou em uma pista de skate em Santos. O site oficial da banda Charle Brown Jr informa, porém, que o corpo do cantor será enterrado.