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Estado de Minas

Cidade segue sem atendimento de urgência e emergência

Itinga agradece o cumprimento de promessa presidencial, mas padece de outros problemas


postado em 06/01/2013 08:01

Ponte sobre o Rio Jequitinhonha é chamada de o mair presente(foto: Marcos Michelin/EM/D.A Press)
Ponte sobre o Rio Jequitinhonha é chamada de o mair presente (foto: Marcos Michelin/EM/D.A Press)

A maior conquista de Itinga nos últimos 10 anos é a ponte sobre o Rio Jequitinhonha, promessa feita por Lula, em 2003, e cumprida no ano seguinte. A estrutura, com cerca de 350 metros, ligou o Centro do município ao Bairro Porto Alegre, facilitando a vida dos moradores, que antes precisavam enfrentar as águas acomodados em canoas ou em balsas. Por outro lado, o sonhado hospital municipal, o Santa Edwiges, desejado pelo ex-presidente como se fosse um dos habitantes da pequena cidade, funcionou por cinco anos, de 2004 a 2009, e não tem previsão de reabrir as portas.

“A cidade melhorou depois da construção da ponte. Em relação ao hospital, porém, a prefeitura não tem condições de bancá-lo sem a ajuda do governo federal ou do governo estadual. Vamos tentar parceria com Diadema (SP), município que havia acolhido Itinga”, planeja o secretário de governo da cidade mineira, Marcos Elias, enquanto observa, de uma sala da prefeitura, a ponte financiada, em grande parte, pela mineradora Vale.

Uma das cabeceiras da estrutura está próxima ao bar de seu Clemente Miranda Filho, de 66 anos. Seu Kelé, como é conhecido na cidade, é homem de boa prosa e de muitas lembranças. Ele se recorda da época em que os moradores precisavam atravessar o leito em canoas de madeira ou nas balsas. “O melhor presente que Itinga recebeu foi a ponte”, garantiu o comerciante, que não abre mão de um retrato do papa João Paulo II em seu estabelecimento.

O que ele deseja, agora, é a reativação do hospital, que ainda conserva boa parte dos equipamentos. Os dois prédios que abrigaram a instituição de saúde, ambos de um andar, foram rodeados pelo mato. Em parte de um deles funciona o laboratório de análises clínicas da cidade. Três pessoas trabalham no local. Uma delas é o auxiliar de laboratório Eclésio Moreira, concursado na prefeitura e com contracheque de um salário mínimo. “Curso faculdade de análises clínicas em Teófilo Otoni (distante de 180 quilômetros de Itinga). O laboratório tem boa demanda, mas torço para a reativação do hospital”, deseja o rapaz.

Socorro Na praça, principal cartão-postal do município, os xarás Geraldo Pereira Loyola, de 47, e Geraldo Ferreira da Silva, de 77, sonham com o dia em que vão presenciar a reativação do hospital, tal qual testemunharam a construção da ponte sobre o Rio Jequitinhonha. “Quando o rio estava cheio, gastávamos, no barco, quase meia hora para chegar a outra banda da margem. A ponte foi muito bem vinda. Agora, a fonte de felicidade, se vier, será o hospital”, avalia o Geraldo mais velho. O Geraldo mais novo tem opinião semelhante. Ele já precisou ser socorrido às pressas, depois de uma queda enquanto consertava o telhado, e ficou 18 dias internado no hospital em Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri. “Ocorreu antes de o hospital ser aberto e, depois, fechado. Um hospital como o nosso, com os equipamentos que tem, pode ser referência na região. Quando precisei ser socorrido, fui de ambulância. Não havia a ponte. O carro foi colocado numa balsa”, recordam.


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