Os índios da Aldeia Maracanã, localizada no interior do antigo Museu do Índio, ao lado do Estádio Jornalista Mário Filho, acordaram assustados na madrugada de sábado com o barulho de máquinas que demoliam parte do muro do prédio. “Nós ouvimos as máquinas e quando observamos, eles já estavam derrubando o muro. Pensamos, eles estão vindo para cá, para a aldeia”, disse o professor de tupi e morador da aldeia José Guajajara.
A demolição de parte do muro e o corte de algumas árvores continuaram nesta segunda-feira, pela Secretaria Municipal de Obras, vão permitir a construção de uma passarela no local. De acordo com o fiscal da obra, Mauro Bonelli, apenas uma parte do terreno será usada para a obra. Sobre o corte de árvores, ele informou que houve autorização dos órgãos competentes.
Na última semana, uma audiência pública para discutir o destino da área acabou em tumulto. O secretário estadual da Casa Civil, Régis Fichtner, foi atacado pelos manifestantes com ovos e copos plásticos. O governo fluminense alega que a demolição do prédio é necessária para garantir a circulação dos torcedores durante a Copa do Mundo de 2014.
Segundo o defensor público federal André Ordacgy, que está acompanha o caso na Justiça, a existência de duas liminares protegem o edifício e uma área de 3 mil metros quadrados onde estão os índio. “No momento as duas liminares são vigentes, apesar de existir dois recursos em andamento. O estado entrou com o pedido de suspensão de liminar na presidência do Tribunal Regional Federal da 2ª Região [TRF 2], que anida não foi julgado, e com um recurso de agravo de instrumento no TRF 2, que também não foi julgado. Então, temos esses dois recursos que podem mudar esse panorama. É aguardar para ver”, disse.
