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Estado de Minas

Advogado diz que homem que atirou em São Paulo era aprisionado por uma psicóloga


postado em 19/10/2012 09:07 / atualizado em 19/10/2012 09:33

(foto: MARCIO FERNANDES/ESTADAO)
(foto: MARCIO FERNANDES/ESTADAO)

Uma pessoa com transtornos mentais aprisionada por uma psicóloga. Foi assim que o advogado José Conciolito descreveu Fernando de Gouveia, de 32 anos, que atirou em três pessoas na área central de São Paulo. O homem, que sofre de esquizofrenia, foi preso nessa quinta-feira depois de reagir a uma ação de interdição.

Segundo o advogado, havia dois meses que Gouveia não saía de casa. “Ele vivia trancado pela psicóloga Sílvia – Gondim –, com quem ele tinha uma relação de amizade”, afirmou. “Ela o convenceu de que ele precisava trabalhar para ela e que ele precisava garantir a segurança dos dois”, disse.” O comerciante Autran Oliveira, amigo de Gouveia, confirmou a informação: “O Fernando era manipulado pela Sílvia. Perdeu contato com todo mundo”, disse.

Nas últimas vezes em que teve contato com a mãe, Gouveia afirmou que “seres” teriam introduzido “chips” nele e que em breve iriam buscá-los. O que mais surpreendeu a família do homem foi quando ele passou a afirmar que não passaria dos 33 anos. Foi quando, segundo o advogado, a mãe dele pediu a interdição judicial.

Na casa onde Gouveia estava nos últimos dois meses havia quatro câmeras de monitoramento. Vizinhos disseram que era comum ele e a psicóloga serem vistos na janela apontando lanternas para a rua. Havia ainda na casa um arsenal: uma pistola, um revólver com mira telescópica, uma espingarda calibre 12, espadas, facas, arco com flecha, carregadores e munição. Ele será indiciado por quatro tentativas de homicídio – das três pessoas que atingiu mais os tiros contra a PM.

Doença tem tratamento


Coordenador do Programa de Esquizofrenia da Unifesp, o psiquiatra Rodrigo Bressan afirma que o risco de alguém com diagnóstico confirmado da doença ter um surto e reagir como Fernando Gouveia é muito menor se a pessoa está medicada e segue o tratamento corretamente. Os remédios tratam sintomas como delírios e alucinações – por exemplo, ouvir vozes e atribuir a elas explicação fantástica. Quem segue tratamento também pode ter essas manifestações, mas não age segundo os delírios. “Se esse rapaz tem de fato esquizofrenia, há grande chance de não tomar remédios ou não responder mais ao tratamento convencional.” Para o caso de pacientes refratários, é necessário uma droga antipsicótica. Segundo Bressan, estudos apontam que pessoas com esquizofrenia não são mais violentas que a população em geral.


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