Brasília – Impedidos pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) de fazer operações-padrão em aeroportos, portos e fronteiras, que impuseram o caos ao país na quinta-feira, os policiais federais prometem, agora, uma “operação sem padrão”, ou seja, o “liberou geral”, para segunda e terça-feira. Em vez de fiscalizar cada bagagem e carga, os agentes vão deixar o trânsito livre para quem for viajar de avião e para as mercadorias que atracarem nos portos e atravessarem as divisas do país. Nenhuma fiscalização de amostragem será realizada. Os policiais acreditam que não estarão sujeitos à multa de R$ 200 mil/dia imposta pela Justiça.
O governo, no entanto, promete reagir a qualquer abuso. Segundo o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, a ordem da presidente Dilma Rousseff é garantir a normalidade dos serviços, evitando excessos em operações. “O que aconteceu anteontem nos aeroportos foi um excesso. Não é verdade o argumento de que o que eles fizeram seria normal. Eles impediram pessoas de trafegarem livremente nos aeroportos, o que é direito delas. Esse excesso, que é proibido, se acontecer de novo será punido”, afirmou.
Ontem, o presidente do Sindicato dos Policiais Federais no Distrito Federal (Sindipol/DF), Jonas Leal, e a presidente do Sinpecpf, Leilane Ribeiro de Oliveira, foram convocados para reunião com a superintendência da PF. Eles foram informados de que haverá corte de ponto dos servidores em greve. Os sindicalistas afirmaram, porém, que o corte é irregular, pois é possível comprovar que a lei está sendo cumprida. A PF está mantendo 30% do efetivo trabalhando normalmente. “O corte é uma arbitrariedade. Nossa greve é legal e temos como comprovar. Estamos há dois anos e meio negociando com o governo”, afirmou o vice-presidente do Sindipol/DF, Flávio Werneck.