Ao completar 84 anos, sábado, a Mangueira, escola de samba mais popular do Rio, promoveria uma das eleições mais concorridas de sua história. O músico Ivo Meirelles, presidente desde 2009, disputaria a reeleição com o ex-presidente Percival Pires e o baluarte Raymundo de Castro, que integrou outras diretorias.
"É um absurdo o que a comissão eleitoral fez. Os argumentos para impugnar minha candidatura são mentirosos. Alegaram que a Regina Nogueira está inadimplente. Ora, ela é filha da Dona Zica e do Cartola e é sócia remida, não precisa pagar mais nada", reclama Percival Pires. Seu advogado, Marcos Ferreira, até esta quinta-feira estudava as medidas jurídicas que adotaria contra a aclamação de Ivo.
A impugnação não é a primeira polêmica da eleição. No fim de março, Ivo Meirelles acusou o advogado Marcos Oliveira de ir à quadra da Verde e Rosa junto com homens armados que teriam roubado um livro de atas das candidaturas. O caso é investigado pela 17ª DP (São Cristóvão), que por enquanto não encontrou indícios de crime. Ivo faltou ao depoimento agendado para a última quarta-feira, alegando que estava doente. Após a acusação de Ivo, Oliveira retirou sua candidatura, sendo substituído por Raymundo de Castro.
Quarta-feira a Polícia Civil ouviu Carlos Henrique Dória, que seria candidato a presidente da Mangueira em 2009. Ele era o único candidato inscrito até o fim do prazo, mas retirou sua candidatura e Ivo Meirelles apresentou-se como candidato único. Dória afirmou à polícia que foi obrigado a deixar de concorrer, na época, por criminosos que ameaçaram matá-lo e diziam ser ligados a Ivo. Procurado pela reportagem, Ivo Meirelles não se manifestou até o início da noite desta quinta-feira.
