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Estado de Minas

Máquinas Singer fizeram história e hoje conquistam fãs pelas redes sociais

Com o uso no Brasil autorizado pela princesa Isabel, em 1858, máquinas Singer fizeram história no país. Hoje, fábrica conquista costureiras e fãs também pelas redes sociais


postado em 11/09/2011 11:35 / atualizado em 11/09/2011 11:38

Máquina manual, fabricada no início do século passado(foto: Singer/divulgacao )
Máquina manual, fabricada no início do século passado (foto: Singer/divulgacao )
Quando a última moda de Paris chegava em plagas brasileiras com um atraso de meses devido às longas viagens de navio, imagine o frisson causado pelo aporte da Singer no país. Enfim, mulheres daqui teriam acesso a um instrumento que não só facilitaria a lida doméstica, mas também poderia garantir o complemento para o sustento da família em uma época em que trabalhar fora de casa era privilégio masculino. Por essas e outras, o livro Singer – presença nos lares brasileiros, publicação que a fabricante norte-americana de máquinas de costura promete lançar em outubro, em comemoração aos 160 anos de fundação da empresa, terá também muito da história do desenvolvimento da moda feita aqui, do Brasil colônia aos dias atuais.

“Minha história como artesã se funde com a de minha família. Minha bisavó materna costurava em uma máquina Singer manual, herdada por uma tia-avó”, lembra a costureira Dina Vasconcellos. Há mais de 50 anos no ofício com a criação de vestidos para festas e noivas, teve as primeiras lições em uma máquina de costura logo cedo. “Minha avó colocava os netos para rodar a fivela da máquina dela. Já minha mãe teve acesso ao modelo de pedal, em que aprendi os primeiros passos da profissão.”

Costureira e modista de mão cheia, Maria Aparecida Vasconcellos, mãe de Dina, recebia encomendas nas cidades de Uberaba, Lavras e também na capital. Além de trabalhar para fora, criava modelos para a família desfilar nas missas de domingo e nos dias de festa, Páscoa, Natal, réveillon. “As vizinhas chegavam à janela para nos ver descer a rua de roupa nova. Na época, havia pouquíssimas confecções e multimarcas, mesmo nas cidades grandes. ”

Singer no Brasil Dina acabou seguindo a profissão de costureira, mas as lembranças de avós e mães costurando em uma Singer é quase unânime entre mulheres de outras áreas, faz parte da história de muitas gerações e famílias brasileiras. A marca está entre as mais populares do mundo desde o século 19. Prova o registro da primeira patente de Isaac Merrit Singer, em 1851. Muitos até creditam a ele a invenção da máquina de costura, mas não. “Ele desenvolveu o primeiro modelo prático”, registra Fabio Massaru Narahara, gerente de marketing da Singer na América Latina.

Em todo o mundo e também no Brasil, logo a máquina de costura causou revolução em um contexto social restritivo para mulheres. “Nessa época, elas ainda eram extremamente dependentes de seus pais ou maridos, trabalhar fora não era bem-visto. A máquina de costura chegou justo para representar um passo na direção da autonomia feminina”, lembra o executivo.

Sete anos depois da fundação da fábrica, Isaac Singer iniciou o processo de internacionalização da marca. Por aqui, a licença de funcionamento foi assinada pela princesa Isabel, ainda durante o Brasil colônia. No entanto, mesmo entre a população menos abastada, o produto teve saída. “Nós lançamos a compra a crédito, atingindo todas as classes sociais. Em pouco tempo, a máquina de costura passou a ser item obrigatório da lista de presentes das noivas, e, dali era conservada pelo resto da vida.”

O gerente de marketing revela que a Singer mantém duas fábricas de máquinas de costura, uma em Xangai (China) e a outra em Juazeiro do Norte, no Ceará. Também uma fábrica de agulhas para máquina de costura está localizada no Brasil, em Indaiatuba, São Paulo. “Somos a única empresa do segmento com fábricas no país. Enxergamos a América Latina, e principalmente o Brasil, como regiões de destaque”, afirma.


Saiba mais

Atividade econômica

Narahara conta um caso sobre a influência da Singer na atividade econômica de cidades. O exemplo vem de Ibitinga, Minas Gerais. Há décadas, Gotardo Juliani, representante Singer, descobriu a preferência das bordadeiras locais pela máquina “cabeça preta”, modelo 15C. Questionadas, as costureiras justificaram a escolha pelo fato de o modelo permitir uma adaptação manual, uma “gambiarra”. A partir dela, o ponto cheio atingia cerca de 1cm. Pois o representante buscou técnicos para solucionar o problema ainda na fábrica. A reforma no modelo facilitou a vida das costureiras e teve reflexo direto no desenvolvimento da indústria do bordado local, até hoje a atividade econômica mais importante da cidade.
Ele reforça que desde a origem da comercialização da máquina no país aos dias atuais, a Singer vem atuando no desenvolvimento da indústria da moda brasileira. Tanto que a marca mantém parcerias com diversas instituições de ensino com a instalação de oficinas utilizadas para aulas de costura, além de outras iniciativas para capacitação de mão de obra. Também a costura doméstica, segmento que ganhou status de hobby, recebe atenção da empresa. “Uma prova disso é o aumento crescente de busca sobre dicas de costura em diversos meios”, destaca Narahara. Traduzindo, a Singer está nas redes sociais. Com 160 anos de história, atualiza quase diariamente um blog, páginas do Facebook e Twiter. Pudera: a fábrica comercializa 60 diferentes modelos de máquinas de costura doméstica e quase uma centena de modelos de máquinas de costura industriais para mais de 155 países. No mundo todo, é instrumento de trabalho e hobby, “amiga e companheira”, como diz a costureira Dina.


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