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Estado de Minas

Polícia vai investigar envolvimento de PMs em morte de juíza no Rio


postado em 22/08/2011 13:34 / atualizado em 22/08/2011 14:24

O comandante-geral da Polícia Militar do Rio de Janeiro, coronel Mário Sérgio Duarte, reconheceu nesta segunda-feira que houve a participação de PMs na execução da juíza da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, Patrícia Acioly, morta com 21 tiros na porta de casa, no último dia 12. O coronel anunciou que vai abrir uma investigação interna por conta da informação de que os projéteis de calibre 40 que atingiram a magistrada pertenciam a um lote comprado pela corporação e eram utilizados por batalhões do interior do Estado, entre eles o 7º Batalhão (São Gonçalo).

A juíza já havia recebido várias ameaças de morte. Em algumas decisões de Patrícia, está a prisão de policiais militares de São Gonçalo que sequestravam traficantes e, mesmo depois de matá-los, entravam em contato com familiares e comparsas exigindo dinheiro para soltura.


Segundo o comandante, a Polícia Militar já trabalhava, desde o primeiro momento, com a hipótese de que o crime possa ter contado com a participação de PMs, uma vez que a juíza, da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, era conhecida por condenar agentes do Estado envolvidos em assassinatos e em grupos criminosos.

De acordo com Mário Sérgio Duarte, a Delegacia de Homicídios da Polícia Civil, que investiga o caso, ainda não solicitou oficialmente à Polícia Militar, informações sobre o lote de munições supostamente desviado. “Assim que for solicitado, nós daremos a informação imediatamente, com a maior prioridade possível”, disse.

O comandante disse ainda que a Polícia Militar tem tentado melhorar seus mecanismos de controle sobre as armas e munições da corporação. Recentemente, segundo ele, foi determinada a realização de uma recontagem de todas as armas e munições da PM no Rio.

Segundo Duarte, a PM recebeu do Tribunal de Justiça uma lista de todos os policiais militares do Batalhão de São Gonçalo que são réus em processos da Justiça estadual. O coronel explicou que a lista, que contém “algumas dezenas” de nomes, será analisada com calma, a fim de que se possa decidir se há necessidade da transferência desses policiais para outros batalhões.

“Se houver necessidade de fazermos mudanças, ainda que o número [de policiais a serem transferidos] seja muito grande, nós iremos fazê-las. Se a orientação do tribunal for no sentido de trocar todos aqueles policiais, eles serão transferidos para outros batalhões”, acrescentou.

 

 

Assassinato

 

A juíza da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, Patrícia Acioli, foi morta na madrugada do dia 12 de agosto, quando chegava em casa, em Niterói, Rio de Janeiro. O carro da vítima foi atingido por pelo menos 18 tiros disparados por criminosos que estavam em dois carros e duas motos.


A organização não governamental (ONG) Rio de Paz realizou, no sábado passado, uma manifestação na Praia de Icaraí, zona sul de Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro, contra o assassinato da juíza Patrícia Acioli.

Os manifestantes também exigiram da polícia a identificação e a prisão dos assassinos. O protesto reuniu dezenas de pessoas, além de parentes e amigos da juíza. Com mordaças pretas, os manifestantes ficaram, durante alguns minutos, sentados em silêncio na areia da praia.

A juíza Patrícia Acioli foi responsável pela condenação de policiais envolvidos com grupos de extermínio e milícias. Ela foi assassinada a tiros de pistola por homens encapuzados que a abordaram em duas motos, no final da noite do dia 11. A Delegacia de Homicídios trabalha com várias hipóteses para o assassinato e está fazendo uma devassa nos processos que estavam sob responsabilidade da magistrada. A Justiça do Rio designou três juízes para assumir os processos em andamento.

 

Com Agência Brasil e Agência Estado


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