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Estado de Minas CHECAMOS

Publicações forjam matérias do g1 sobre falsos projetos envolvendo comunidade LGBT

Postagens difundem imagens que parecem ser artigos sobre criação de um batalhão LGBT no Exército e de vagas de estacionamento prioritárias para essa comunidade


14/02/2023 20:28 - atualizado 15/02/2023 08:51

O portal de notícias g1 não publicou matérias sobre supostos privilégios que a população LGBT teria a partir 2023, ao contrário do que afirmam publicações compartilhadas mais de 3 mil vezes nas redes sociais desde fevereiro deste ano.

As postagens difundem capturas de tela do que parecem ser artigos sobre a criação de um batalhão LGBT no Exército e de vagas de estacionamento prioritárias para essa comunidade.

Mas, trata-se de montagens. Além disso, não foram localizados projetos de lei prevendo tais mudanças.

'Projeto de lei 2588/2023 para que exército crie uma unidade especial de batalhão logístico LGBT+', diz uma das supostas manchetes compartilhadas no Facebook, Twitter e Instagram.

A outra, difundida nas mesmas redes sociais (1, 2, 3), assegura: 'Vaga de estacionamento prioritárias LGBT serão obrigatórias até 2024'. O conteúdo também foi encaminhado ao Whatsapp do AFP Checamos, para onde leitores podem enviar sugestões de temas para verificação.

Ambas as capturas de tela seguem o padrão visual de reportagens do portal de notícias g1, do grupo Globo.
Combinação feita em 13 de fevereiro de 2023 com capturas de tela de duas publicações no Twitter
Combinação feita em 13 de fevereiro de 2023 com capturas de tela de duas publicações no Twitter ( .)

'Batalhão LGBT+'

Segundo a primeira suposta reportagem, o 'batalhão logístico LGBT+' do Exército seria a 'primeira força auxiliar militar reconhecida oficialmente' e teria sido instituído pelo Projeto de Lei 2588/2023.

No entanto, uma busca por essas palavras-chave no site do g1 não levou a nenhuma reportagem com esse conteúdo.

Uma segunda busca pelos projetos de lei de número 2588 tanto no site da Câmara dos Deputados quanto no do Senado Federal também não levou a nenhum resultado.

Os projetos com tal numeração localizados pelo Checamos são de anos anteriores (1, 2) e não têm relação ao Exército ou à comunidade LGBT.

Vagas preferenciais

Da mesma maneira, uma busca no site do g1 pela suposta matéria sobre a nova categoria de vagas prioritárias em estacionamentos de supermercados e shoppings não levou a nenhum título semelhante ao viralizado.

Uma nova busca nos sites da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, desta vez por um Projeto de Lei que estabelecesse tal benefício à comunidade LGBT, tampouco encontrou qualquer PL do tipo (1, 2).

No Brasil, somente idosos e pessoas com deficiência possuem direito a vagas prioritárias em estacionamento.

O artigo 41 da lei 10.471, ou Estatuto do Idoso, define que 5% das vagas em estacionamentos públicos e privados estão reservadas a pessoas acima de 60 anos.

Já o artigo 7º da lei 10.098, a lei da acessibilidade, destina 2% do total das vagas em áreas de estacionamento, em vias ou em espaços públicos, a veículos que transportem pessoas portadoras de deficiência ou com dificuldade de locomoção.

Além disso, está em discussão na Câmara dos Deputados, o PL 5.443/2020, de autoria do ex-deputado federal Beto Rosado (PP), para que veículos que transportem gestantes ou pessoas que estejam acompanhadas por crianças de até 2 anos de idade também possam dispor de vagas de estacionamento exclusivas.

Diferenças visuais

Além de não haver registro das supostas matérias e dos projetos a que fariam referência, uma comparação entre as capturas de tela virais e reportagens originais do portal de notícias permite identificar diversas diferenças de formatação, como visto abaixo:
Comparação feita em 13 de fevereiro de 2023 entre duas publicações no Twitter e uma matéria original do g1
Comparação feita em 13 de fevereiro de 2023 entre duas publicações no Twitter e uma matéria original do g1 ( .)

Procurada pelo Checamos, a assessoria do g1 confirmou que nenhuma das duas manchetes compartilhadas nas redes foram publicadas pelo portal.

No primeiro caso, da matéria sobre o suposto batalhão do Exército, a assessoria também informou que não há nenhum jornalista de nome José Canuto entre os colaboradores do portal.

O AFP Checamos já fez outras verificações (1, 2) sobre supostas matérias publicadas pelo g1.


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