
No vídeo, um homem de camisa azul chuta um segundo, de terno, enquanto outras pessoas tentam intervir. “Governador do Maranhão sendo agredido”, diz o texto sobreposto à gravação, amplamente compartilhada no Facebook (1, 2, 3), Instagram (1, 2, 3) e Twitter.
“O LOCKDOWN DA FRAUDEMIA NÃO VAI TERMINAR BEM [...] A população já está partindo para as vias de fato contra os ditadores totalitários comunistas que estão quebrando o nosso Brasil”, escreveu um usuário ao replicar a sequência, após Flávio Dino restringir o horário de funcionamento de estabelecimentos comerciais no Maranhão para conter a propagação do novo coronavírus.
Uma busca reversa pelo vídeo viralizado mostra, contudo, que a agressão não tem relação com o governador do Maranhão.
A mesma sequência foi publicada em diversos artigos (1, 2, 3) que reportam a ocorrência de uma briga entre o ex-vereador do município maranhense de Timon Anderson Pêgo e o atual vereador da localidade Thiago Carvalho (DEM), no último dia 1º de março.
De acordo com as matérias, Pêgo, vestindo a camisa azul, teria agredido Carvalho após este ter criticado publicamente supostas faltas da vereadora Alynne Macêdo (PSD), que é esposa do ex-representante local.
De fato, em sua conta no Facebook, Pêgo publicou um vídeo confirmando que as imagens mostram ele e o vereador Thiago Carvalho. Segundo afirmou, estava agindo em legítima defesa após Carvalho fazer críticas “infundadas” contra sua esposa e tentar “intimidá-lo”.
Na publicação, incluiu uma foto em que tanto ele como Carvalho aparecem vestindo as mesmas roupas da gravação. O sofá em que estão sentados na imagem também é o mesmo visto ao fundo da sequência compartilhada nas redes.
Em sua conta no Facebook, Thiago Carvalho também se pronunciou sobre a briga.
“Diante do acontecido na sessão de hoje eu venho aqui falar um pouco para a sociedade timonense. Eu, por ter questionado a ausência da vereadora Alynne por faltar sessões da Câmara, o marido dela, o ex-vereador Anderson Pêgo, me agrediu na antessala que antecede o plenário [...] Peço desculpas à sociedade por estar envolvido nessa situação”, disse, em vídeo publicado em 1º de março.
Amplamente adotadas durante a primeira onda da pandemia de covid-19 no Brasil, as medidas que limitam o funcionamento de estabelecimentos públicos voltaram a ser decretadas pelo país à medida que o número diário de mortes pelo novo coronavírus supera os recordes registrados em 2020.
Um dos estados que implementou novamente as restrições foi o Maranhão, indo contra a vontade de associações de empresários e estabelecimentos comerciais.
