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Estado de Minas

Protestos em Mianmar: jornalista da BBC é levado por homens não identificados e está desaparecido

O repórter Aung Thura foi levado por homens à paisana em Mianmar, país que continua em agitação após golpe de Estado em fevereiro.


19/03/2021 22:39 - atualizado 19/03/2021 22:39

A BBC pediu às autoridades que ajudem a localizar Aung Thura(foto: BBC)
A BBC pediu às autoridades que ajudem a localizar Aung Thura (foto: BBC)
Um repórter do serviço birmanês da BBC foi levado por homens não identificados em Mianmar em um momento em que agitação e protestos contra o golpe de Estado de fevereiro tomam conta do país.

 

Há relatos de que pelo menos oito pessoas morreram nos últimos protestos nesta sexta-feira (19/03), que aconteceram em diversas cidades.

 

Aung Thura foi levado por homens à paisana enquanto fazia uma reportagem em frente a um tribunal na capital do país, Nay Pyi Taw.

 

Thura foi levado com outro jornalista, Than Htike Aung, que trabalha para o jornal local Mizzima. A licença de operação do Mizzina foi revogada no início do mês pelo governo militar que assumiu o controle do país.

 

Os homens que levaram os jornalistas chegaram em uma van sem identificação por volta do meio-dia no horário local nesta sexta.

 

A BBC não conseguiu contato com Aung Thura desde então.

 

"A BBC leva a segurança de todo o seu pessoal em Mianmar muito a sério e estamos fazendo todo o possível para encontrar Aung Thura", afirma a BBC em um comunicado.

 

"Pedimos às autoridades que ajudem a localizá-lo e confirmar que ele está seguro. Aung Thura é um jornalista credenciado da BBC com muitos anos de experiência em reportagens cobrindo eventos em Nay Pyi Taw."

 

Quarenta jornalistas foram presos desde o golpe militar, que resultou na detenção de líderes civis eleitos, incluindo a vencedora do Nobel da Paz Aung San Suu Kyi.


Manifestantes atrás de barricadas no município de Thaketa, em Yangon, na sexta-feira(foto: Getty Images)
Manifestantes atrás de barricadas no município de Thaketa, em Yangon, na sexta-feira (foto: Getty Images)

Dezesseis jornalistas ainda estão sob custódia e os militares revogaram as licenças de cinco empresas de mídia.

 

As oito pessoas mortas na sexta-feira foram atingidas por tiros das forças de segurança na cidade de Aungban, de acordo com a mídia local e com um agente funerário.

 

"As forças de segurança vieram para remover as barreiras, mas as pessoas resistiram e eles dispararam", disse uma testemunha à agência de notícias Reuters.

 

Há relatos da cidade de Yangon de que as ruas estão congestionadas porque muitas pessoas tentam fugir da violência na principal cidade do país.

 

A polícia também supostamente está forçando as pessoas a remover as barricadas colocadas pelos manifestantes.

 

A violência pós-golpe causou a morte de pelo menos 232 birmaneses até agora, segundo o grupo ativista da Associação de Assistência para Prisioneiros Políticos. Um dos dias mais sangrentos foi 14 de março, quando 38 pessoas foram mortas.


Histórico de Mianmar

- Mianmar tornou-se independente da Grã-Bretanha em 1948. Durante grande parte de sua história moderna, esteve sob regime militar

 

- As restrições começaram a diminuir a partir de 2010, levando a eleições livres em 2015 e à instalação de um governo liderado pela líder da oposição Aung San Suu Kyi no ano seguinte.

 

- Em 2017, o exército de Mianmar respondeu aos ataques à polícia por militantes Rohingya com forte repressão, causando mortes e levando mais de meio milhão de muçulmanos Rohingya a cruzarem a fronteira para Bangladesh, no que a ONU mais tarde chamou de um "exemplo clássico de limpeza étnica"



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