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Estado de Minas BEIRUTE

Ataque contra academia militar deixa mais de 110 mortos na Síria, diz ONG


05/10/2023 20:58
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Mais de 110 pessoas morreram, nesta quinta-feira (5), em um ataque com drones contra uma academia militar no centro da Síria, onde ocorria uma cerimônia de promoção de oficiais, atribuído pelo exército a "organizações terroristas".

O bombardeio, que ocorreu em Homs, deixou "mais de 112 mortos, dos quais 21 civis", informou o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), sediado no Reino Unido. O balanço anterior do OSDH era de 100 mortos.

Além disso, mais de 125 pessoas ficaram feridas, acrescentou a organização, que possui uma ampla rede de fontes de informação no país.

O Exército sírio detalhou em um comunicado que o ataque foi realizado com "drones carregados de explosivos" e culpou "organizações terroristas" pela tragédia.

Também prometeu "responder com firmeza" ao que chamou de "ataque terrorista covarde".

Nenhum grupo reivindicou o atentado até o momento. Grupos jihadistas que controlam parte do território às vezes usam drones armados.

A cidade de Homs se tornou um reduto dos rebeldes após o levante pró-democracia de 2011. Mas as forças do governo recuperaram o lugar em 2017 após violentos combates.

Após o ataque contra a academia militar, as forças governamentais bombardearam a região de Idlib, o último reduto dos rebeldes no noroeste do país, de acordo com relatos de alguns moradores.

O OSDH e socorristas relataram que no ataque uma idosa e seus quatro filhos morreram.

A guerra na Síria, que eclodiu após a repressão governamental às manifestações de 2011, já causou cerca de meio milhão de mortes e deixou o país fragmentado.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse estar "profundamente preocupado" com o ataque com drones e o bombardeio em represália, disse seu porta-voz, Stéphane Dujarric.

- "Escalada" -

Geir Pedersen, enviado especial da ONU para a Síria, informou, por meio de nota, que as "cenas horrorosas de hoje são um lembrete da necessidade de desescalar imediatamente a violência, de avançar para um cessar-fogo nacional e de uma abordagem cooperativa para se contrapor aos grupos terroristas".

Os curdos estabeleceram uma administração autônoma no nordeste do país, que é regularmente bombardeado pelo Exército turco.

Ancara bombardeou nesta quinta uma usina elétrica, uma represa, uma fábrica e vários locais petroleiros na província de Hasaka, controlada pelas Forças Democráticas Sírias (FDS), uma coalizão dominada pelos curdos e apoiada pelos Estados Unidos.

As FDS desempenharam um papel fundamental na derrota do Estado Islâmico na Síria.

Segundo um comunicado das forças curdas, "seis membros das forças de segurança morreram em um ataque" e "dois civis" que circulavam de motocicleta morreram em outro. O porta-voz das FDS, Farhad Chami, relatou uma nona morte.

Também nesta quinta, caças americanos F-16 derrubaram um drone pertencente à Turquia, aliada da Otan. O dispositivo era considerado uma ameaça potencial para as forças americanas na Síria, segundo o Pentágono.

Forças americanas observaram pela manhã drones atacando no nordeste da Síria, alguns deles dentro de uma "zona de operações restrita" (ROZ) perto de Hasakah, a aproximadamente um quilômetro de distância das tropas americanas, disse o porta-voz do Pentágono, general de brigada Pat Ryder.

A Turquia justificou o ataque pelo atentado ocorrido no domingo contra o Ministério do Interior em Ancara, que matou dois policiais.

O atentado foi reivindicado pelo Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, turco), que está em luta armada contra as autoridades turcas.

A Turquia alega que os autores do ataque foram treinados na Síria, mas o líder das FDS, Mazlum Abdi, negou essas acusações.

Ancara classifica como "terrorista" o principal componente das FDS, as Unidades de Proteção Popular (YPG), que considera uma extensão do PKK.

"Há uma clara escalada" contra as áreas controladas pela administração curda no nordeste da Síria, alertou Chami.

Em resposta ao atentado em Ancara, a Turquia também bombardeou posições do PKK no norte do Iraque, que faz fronteira com a Síria e a Turquia.

Entre 2016 e 2019, Ancara realizou três operações contra as forças curdas na Síria.

"A situação piora a cada dia", declarou Hasan al-Ahmad, um comerciante de 35 anos no mercado de Qamishli, cidade fronteiriça com a Turquia.

"A Turquia não nos dá um momento de paz e nos ataca todos os dias. Só queremos que nossos filhos vivam em paz", acrescentou.


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