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Estado de Minas NAÇÕES UNIDAS

Lula pede 'diálogo' na ONU para encerrar conflito na Ucrânia


19/09/2023 16:25
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu, nesta terça-feira (19), na Assembleia Geral da ONU, "diálogo" para resolver o conflito da Ucrânia, em um discurso no qual também criticou as desigualdades mundiais e a falta de vontade política para resolvê-las.

Ao completar 20 anos desde que subiu pela primeira vez na tribuna da Assembleia Geral da ONU, Lula lembrou que o conflito na Ucrânia mostra "nossa incapacidade coletiva de fazer prevalecer os propósitos e princípios da Carta da ONU".

"Não subestimamos as dificuldades para alcançar a paz", disse. "Mas nenhuma solução será duradoura se não for baseada no diálogo" e por isso é necessário "criar espaço para negociações", afirmou Lula, que se reunirá pela primeira vez com o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, na quarta-feira.

As relações estão tensas entre os dois presidentes, depois que Lula afirmou que Zelensky é tão responsável pela guerra quanto o presidente russo, Vladimir Putin, e se recusou a se unir às nações ocidentais na imposição de sanções à Rússia, assim como no fornecimento de armas à Ucrânia.

Lula tenta posicionar o Brasil como potencial mediador do conflito, junto com outros países "neutros", incluindo China, Índia e Indonésia.

"Os conflitos armados são uma afronta à racionalidade humana", disse Lula da tribuna da Assembleia Geral em um discurso muito político, interrompido várias vezes por aplausos.

Lula lembrou que, no ano passado, os gastos militares somaram mais de US$ 2 trilhões (cerca de R$ 10 trilhões na cotação da época) e em armamento nuclear chegaram a 83 bilhões de dólares (aproximadamente R$ 462 bilhões), um valor 20 vezes maior ao do orçamento da ONU, enquanto as injustiças persistem em um mundo onde a fome afeta 735 milhões de pessoas, que "vão dormir esta noite sem saber se terão o que comer amanhã".

- Vencer a resignação -

Durante a presidência rotativa do Brasil no G20, no ano que vem, o combate às desigualdades dominará a agenda do grupo, anunciou Lula.

A crise climática "bate à nossa porta, destrói nossas casas, nossas cidades, nossos países e impõe perda e sofrimento aos nossos irmãos, sobretudo aos mais pobres", alertou.

No entanto, a ação mais ambiciosa da ONU para corrigir estas desigualdades, a agenda 2030 com seus 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) pode virar seu maior fracasso, alertou.

"Falta vontade política daqueles que governam o mundo" para eliminar as desigualdades, disse, antes de lembrar que os 10 maiores milionários do planeta detêm mais riqueza que os 40% mais pobres.

É preciso, afirmou, vencer a resignação que torna aceitável esta desigualdade como algo natural.

Na avaliação do presidente, a desigualdade está na "raiz" das "crises múltiplas e simultâneas" que o planeta vive, como a pandemia de covid-19, a crise climática e a insegurança alimentar, que são "os principais desafios mundiais".

"Reduzir as desigualdades dentro dos países requer incluir os pobres nos orçamentos nacionais e fazer os ricos pagarem impostos proporcionais ao seu patrimônio", acrescentou.

- A Amazônia por si mesma -

Lula assegurou que durante seu mandato, a preservação da floresta amazônica será uma prioridade. Nos primeiro oito meses de seu governo, o desmatamento foi reduzido em 48%, lembrou.

Cerca de 50 milhões de pessoas em nove países vivem na maior floresta tropical do planeta, cujo futuro depende de ação decisiva e coordenada, lembrou.

Juntamente com outros países que abrigam florestas tropicais, como na África e na Ásia, os Estados amazônicos querem chegar à COP28, em Dubai, com uma visão conjunta que reflita, sem tutelas, as prioridades da preservação das bacias amazônica, do Congo e de Borneo-Mekong.

"O mundo inteiro sempre falou da Amazônia. Agora é a Amazônia que está falando por si mesma", concluiu Lula.


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