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Estado de Minas NAÇÕES UNIDAS

Países pedem na ONU cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável


18/09/2023 22:06
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Os países em desenvolvimento pediram, nesta segunda-feira (18), na ONU, o cumprimento dos objetivos de reorganização da ordem mundial e do sistema financeiro para ajudar as nações mais pobres do mundo, vítimas de uma enxurrada de crises sem precedentes, a conseguir um futuro melhor.

Em um contexto de tensões geopolíticas sem precedentes em décadas, essa cúpula sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) antecede a Assembleia Geral da ONU, da qual vai participar, pela primeira vez, o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky.

A presença de Zelensky, recém-chegado a Nova York, pode ofuscar os objetivos e preocupações urgentes dos países do Sul Global.

O futuro dos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), adotados pelos Estados-membros da ONU em 2015 para alcançar um futuro melhor e mais sustentável para "mais de metade do mundo" até 2030, é crítico - ainda mais para aqueles que sofrem as consequências da guerra na Ucrânia.

Esses objetivos "encarnam as esperanças, os sonhos, as aspirações e as expectativas das pessoas de todo o mundo", declarou o secretário-geral da ONU, António Guterres.

"Chegou a hora de vocês serem ouvidos", disse ele aos presentes.

Na metade do caminho, apenas 15% dos 17 ODS estão na direção certa, muitos se encontram estagnados, e outros estão em retrocesso.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) alertou que se as coisas continuarem como agora, "1,9 bilhão de crianças em 140 países" serão deixadas para trás.

- 'Mancha espantosa' -

"No nosso mundo de abundância, a fome é uma mancha espantosa para a humanidade e uma violação épica dos direitos humanos", frisou Guterres.

Sair da pobreza, ter acesso à educação, água potável, energia limpa e à boa saúde; combater a mudança climática e alcançar sociedades pacíficas são objetivos de desenvolvimento que estão inter-relacionados.

Os dirigentes sofrem pressão da "tribo dos jovens". "Se não respeitarem seus compromissos de limitar o aquecimento global abaixo de +1,5°C [...], estarão pondo em risco a vida e o futuro da nossa geração, assim como dos que virão depois de nós", lembrou a jovem ativista sudanesa Mayada Adil.

- Mudanças -

Em um mundo cada vez "mais multipolar e menos multilateral", como definiu o alto representante para a política externa da União Europeia, Josep Borrell, e assolado por múltiplas crises nos últimos anos, como a pandemia da covid-19, as catástrofes climáticas, a guerra na Ucrânia e o impacto em cascata nos preços da energia e dos alimentos, os países em desenvolvimento têm medo de ficarem para trás.

Para o presidente colombiano, Gustavo Petro, a guerra "tira tempo para pensar". Nesse sentido, propôs duas conferências para resolver os conflitos na Ucrânia e Palestina.

Diante do peso da dívida, insistiu no "imperativo categórico" para restruturar o sistema financeiro multilateral e criar uma espécie de "Plano Marshall" para enfrentar a crise climática.

Uma exigência que contempla a declaração adotada por consenso, na qual os Estados-membros se comprometem a "agir sem demora" para concretizar este "plano de ação para as pessoas, o planeta, a prosperidade, a paz e a parceria, não deixando ninguém para trás".

"No final das contas, a concretização dos ODS depende de uma reforma fundamental das relações econômicas e políticas", disse o presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa.

Segundo a declaração, serão necessários cerca de 500 bilhões de dólares (R$ 2,4 trilhões, na cotação atual) ao ano para alcançar os ODS.

Borrell, por sua vez, garantiu que a União Europeia está disposta a investir US$ "300 bilhões [R$ 1,4 trilhão] em apoio para a implementação dos ODS".

"Os mais vulneráveis no mundo olham para nós como esta jovem que conheci no Chade na semana passada, que fugiu da violência impensável no Sudão", disse a embaixadora dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfield. "Esta jovem conta conosco", completou.

"Há uma distância crescente entre o mundo em desenvolvimento e o mundo desenvolvido", reconheceu um diplomata europeu, frisando que é preciso "garantir que esta distância não cresça ainda mais".


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