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Estado de Minas ESTADOS UNIDOS

Trump é detido e fichado por tentar reverter resultado de eleição

Ex-presidente dos EUA, Donald Trump enfrenta quatro acusações por tentar fraudar eleições de 2020. Ele declarou-se inocente de todos os crimes


03/08/2023 22:09 - atualizado 11/08/2023 19:43
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Trump desembarca de seu avião 'Trump Force One', no Aeroporto Nacional Ronald Reagan, em Arlington, na Virgínia
Trump desembarca de seu avião 'Trump Force One', no Aeroporto Nacional Ronald Reagan, em Arlington, na Virgínia (foto: Olivier Douliery/AFP)
O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump se declarou inocente nesta quinta-feira (3/8), depois de ser detido temporariamente, indiciado e fichado por quatro acusações federais relacionadas à tentativa de reverter o resultado das eleições de 2020: conspiração para fraudar os Estados Unidos; conspiração para obstruir um processo oficial; obstrução e tentativa de obstrução de um procedimento oficial; e conspiração contra direitos.

Os crimes, investigados pelo procurador especial Jack Smith, são considerados os mais graves entre todos os casos pelos quais o magnata republicano responde na Justiça — a posse ilegal de documentos sigilosos e sensíveis à segurança nacional; uma fraude envolvendo chantagem contra a ex-atriz pornô Stormy Daniels, com quem teria mantido um relacionamento extraconjugal; e abuso sexual cometido contra uma jornalista.

É a terceira vez que Trump comparece ao tribunal, para ser indiciado, em quatro meses. 

 

Trump desembarcou no Aeroporto Nacional Ronald Reagan, em Washington, às 15h (16h em Brasília) e seguiu, em comboio, até o Tribunal E. Barrett Prettyman. O trajeto durou cerca de 15 minutos.

Simpatizantes e opositores ao ex-presidente se concentraram nos arredores do prédio da Corte e ostentaram bandeiras com a imagem do republicano e cartazes que pediam sua prisão.

Dentro do tribunal, Trump sentou-se entre os seus dois advogados. O ex-presidente permaneceu com um papel à sua frente e, algumas vezes, Todd Blanche — um dos dois defensores — sussurrou em seu ouvido, segundo o jornal The Washington Post. O procurador especial Jack Smith também estava na sala de audiência da Corte. 

 

 

Antes de retornar à Nova Jersey após ser liberado pela juíza indiano Moxila Upadhyaya, Trump fez breves declarações à imprensa. Ele acusou "perseguição" e disse que esta quinta-feira foi "um dia muito triste para a América".

"Não podemos deixar isso ocorrer na América", afirmou, ao classificar as acusações de "perseguição de um adversário político". A juíza agendou nova audiência para 28 de agosto, segunda-feira, às 10h (11h em Brasília). 

 

"Esse é o indiciamento mais importante da história dos Estados Unidos. É mais importante do que os indiciamentos dos conspiradores do caso Watergate ou dos espiões da bomba atômica", assegurou à reportagem Allan Lichtman, historiador político da American University (em Washington).

"Um presidente dos Estados Unidos está sendo acusado de minar as bases da democracia americana. A democracia é preciosa e, como todas as coisas preciosas, pode ser destruída. Se Trump não for condenado por suas ações, a democracia norte-americana ficará em grave perigo", advertiu. "Se a democracia americana falhar, as democracias no mundo estarão em risco, porque a liderança dos Estados Unidos é tão importante."

 

Lichman aposta que o indiciamento não mudará os cálculos eleitorais para 2024. "Muito dependerá do resultado do julgamento. Suponhamos que Trump seja condenado de sabotar a democracia americana e sentenciado à prisão. Nesse caso, será difícil acreditar que ele possa ser um candidato viável na eleição, independentemente do resultado das primárias republicanas", comentou. 

 

Com os Estados Unidos totalmente polarizados e com 60% do Partido Republicano acreditando que Trump vencerá as eleições de 2024, James Naylor Green — professor de história política da Universidade Brown e discípulo do falecido brasilianista Thomas Skidmore — lembrou ao Correio que os simpatizantes do ex-presidente sustentam que ele é vítima de perseguição e de uma manipulação dos instrumentos do governo pelo Partido Democrata.

"Trump usa vários argumentos, que são falsos, mas estão sendo repetidos. O primeiro é o de que ele tinha todo o direito de falar que as eleições foram fraudulentas e que qualquer argumento contrário representa uma violação da Primeira Emenda à Constituição", disse. 

 

 


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