"Ele entrou com uma moção (recurso judicial) para ter a fiança devolvida na época em que pediu para ser solto da prisão nos Estados Unidos e cumprir prisão domiciliar na Califórnia", disse a procuradora do famigerado caso "Lava Jato" no Peru, Silvana Carrión.
"A fiança foi de meio milhão de dólares em dinheiro e quinhentos mil, como garantia dos imóveis. Entendo que pela regulamentação americana isso é uma possibilidade (a devolução), isso é regido pelas regras americanas", disse.
Os advogados de Toledo, recluso na Califórnia, apresentaram um escrito ao gabinete do juiz californiano Thomas S. Hixson no qual indicaram que, após se colocar à disposição da Justiça, o dinheiro que ele deu em 2020, quando foi decretada sua prisão domiciliar, deve ser liberado, com a obrigatoriedade do uso de tornozeleira eletrônica.
"Agora que sua prisão ocorreu novamente, ele pediu que sua fiança seja devolvida", acrescentou o advogado, após confirmar que o ex-presidente chegaria a Lima nas próximas horas ou no máximo em dois dias dias, transferido por agentes americanos .
Toledo (77 anos), acusado de corrupção e lavagem de dinheiro no âmbito de um megaescândalo de propinas pagas pela construtora brasileira Odebrecht a políticos, entregou-se na sexta-feira às autoridades americanas, que vão processar a sua extradição para Lima.
Ele é acusado de ter recebido milhões de dólares da Odebrecht em troca de licitações de obras públicas. Os promotores pedem 20 anos e seis meses de prisão.
A Odebrecht reconheceu o pagamento de propina no Brasil e em outros países da região no âmbito da operação "Lava Jato", pela qual estão presos dezenas de políticos e empresários latino-americanos.
Outros quatro ex-presidentes peruanos enfrentam processos judiciais por corrupção: Ollanta Humala (2011-2016), Pedro Pablo Kuczynski (2016-2018), Martín Vizcarra (2018-2020) e Pedro Castillo (2021-2022).
LIMA