"Hoje recebemos 31 promessas de doações, que totalizam 1,2 bilhão de dólares (6,2 bilhões de reais)", disse Martin Griffiths, coordenador de ajuda emergencial da ONU.
"Se pudéssemos chegar a 2 bilhões (10,3 bilhões de reais) neste fim de semana, seria ótimo", acrescentou durante a sétima conferência de doadores para este país, mergulhado num conflito devastador desde 2014.
"A comunidade internacional mostrou que abandonou o Iêmen", criticou Erin Hutchinson, chefe para o Iêmen da ONG Norwegian Refugee Council. Isso demonstra, segundo a organização, que "alguns humanos têm menos valor que outros".
Griffiths lembrou que na conferência de doadores anterior, no ano passado, o valor inicialmente prometido foi quase o mesmo e que por fim, dada a gravidade da situação, os países entregaram uma ajuda de 2,2 bilhões de dólares (11,4 bilhões de reais).
Privadas de metade dos fundos previstos, as agências de ajuda humanitária foram obrigadas a reduzir as rações alimentares neste país do sul da península arábica.
Mas, ao mesmo tempo, conseguiram reduzir o número de pessoas à beira da fome, de mais de 150 mil a quase zero.
Para o Norwegian Refugee Council, "as consequências desta falta de generosidade serão, sem dúvida, desastrosas para o povo iemenita".
As organizações de ajuda humanitária esperam poder ajudar 17 dos 21,7 milhões de pessoas que precisam de assistência no país.
"Este ano temos uma oportunidade real de mudar a trajetória do Iêmen e avançar em direção à paz", afirmou o secretário-geral da ONU, António Guterres.
A guerra civil que o Iêmen vive desde 2014 gerou uma das mais graves crises humanitárias do mundo, com centenas de milhares de mortos, deslocamentos e fome em massa.
Os rebeldes Houthi apoiados pelo Irã enfrentam o governo, respaldado por uma coalizão militar liderada pela Arábia Saudita.
GENEBRA