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Estado de Minas HUWARA

Colonos israelenses atacam cidade palestina em atos de represália


27/02/2023 09:49

Os moradores da cidade palestina de Huwara, na Cisjordânia, observaram horrorizados nesta segunda-feira (27) casas incendiadas e carros queimados após um ataque de colonos em represália pela morte de dois irmãos israelenses.

Em um fato raro, as autoridades israelenses pediram calma aos colonos. O incidente acontece em um momento de aumento da tensão, apesar do compromisso anunciado no domingo por autoridades dos dois lados para "evitar novos atos de violência", após uma reunião na Jordânia.

No domingo à noite, dezenas de colonos israelenses entraram em Huwara, uma pequena cidade do norte da Cisjordânia ocupada. Eles atiraram pedras contra as residências e depois incendiaram imóveis e dezenas de veículos.

Mais de 350 palestinos ficaram feridos. Muitos sofreram as consequências da inalação de gás lacrimogêneo, informou o Crescente Vermelho palestino.

"Queimaram tudo que encontraram pela frente", declarou à AFP um morador da localidade, Kamal Odeh. "Incendiaram mais de 20 imóveis, incluindo lojas e casas. Nem as árvores escaparam".

Até o momento não aconteceram detenções, segundo as forças de segurança israelenses.

O exército de Israel informou que retirou dezenas de palestinos de suas casas ameaçadas pelos incêndios em Huwara.

Wajeh Odeh, funcionário da prefeitura, afirmou que mais de 100 carros foram queimados e 30 casas foram incendiadas ou danificadas.

- Pedidos de calma -

O ataque aconteceu poucas horas após as mortes de dois jovens colonos, que circulavam de carro nas proximidades de Huwara, em um ataque a tiros. O governo israelense classificou a ação como um "ataque terrorista palestino".

Ainda na tarde de domingo, um palestino foi morto a tiros quando as forças de Israel e colonos entraram em Zaatara, outra localidade próxima de Nablus, no norte da Cisjordânia.

"Queremos segurança, mas a responsabilidade de garanti-la depende exclusivamente do exército", declarou nesta segunda-feira Esty Yaniv, mãe dos dois colonos assassinados.

"Eu peço que não façam justiça por conta própria e que deixem que as forças de segurança cumpram sua missão", afirmou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

O ministro da Defesa do Estado hebreu, Yoav Gallant, insistiu durante uma visita a Huwara que "não se pode tolerar esta situação, na qual os cidadãos fazem justiça por conta própria".

Netanyahu lidera desde dezembro um dos governos mais à direita da história do Estado de Israel. Seu gabinete tem vários ministros que são colonos na Cisjordânia.

A França criticou o ataque dos colonos e considerou "inaceitável a violência contra civis palestinos".

O governo da Alemanha afirmou que é "urgente" trabalhar para "evitar que a situação, já muito tensa, fique ainda mais grave".

- "Pogrom" -

Organizações israelenses de defesa dos direitos humanos, como a ONG "A Paz Agora", denunciaram um "pogrom", "apoiado" pelo governo do país.

O movimento islamita palestino Hamas, que governa a Faixa de Gaza, defendeu o combate "ao terrorismo dos colonos".

O presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, acusou Israel de "respaldar os atos terroristas cometidos pelos colonos" nesta área da Cisjordânia, um território palestino ocupado pelo Estado hebreu desde 1967.

Há quase um ano, o exército israelense intensifica as operações no norte da Cisjordânia, apresentadas como ações "antiterroristas".

Na quarta-feira passada, 11 palestinos morreram em Nablus na incursão militar israelense com o maior número de vítimas na Cisjordânia desde 2005.

Desde o começo do ano, o conflito custou a vida de 63 palestinos (tanto membros de grupos armados quanto civis), de 11 civis e um policial israelenses, além de uma cidadã ucraniana, segundo contagem feita pela AFP com base em fontes oficiais.


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