(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas SÃO SEBASTIÃO

Trabalhos de resgate continuam após temporal no litoral paulista


21/02/2023 19:35

Equipes de resgate continuavam nesta terça-feira (21) a busca por sobreviventes no litoral paulista, onde chuvas "inéditas" deixaram pelo menos 44 mortos e dezenas de desaparecidos no último fim de semana, informaram as autoridades.

"Os trabalhos de busca, resgate e salvamento seguem ininterruptamente na região", onde bairros inteiros ficaram debaixo d'água, escombros de casas foram arrastados por deslizamentos de terra e carros foram destruídos por árvores caídas, informou o governo de São Paulo em nota.

O município de São Sebastião, destino balnear localizado a cerca de 200 quilômetros da cidade de São Paulo, registrou mais de 680 mm de chuva em 24 horas. Trata-se de o maior acumulado a cair de forma ininterrupta da história do Brasil, de acordo com o o governo do estado.

O mau tempo dificultou as buscas no final da tarde desta terça-feira, com novas chuvas castigando a região, que apresentava solo "muito úmido e escorregadio", disse à AFP o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que chegou de helicóptero à área afetada.

Cerca de mil socorristas, com 50 viaturas, 14 helicópteros e 53 equipes de engenharia, atuavam na região.

No meio da manhã desta terça, o governo elevou o balanço de mortes para entre 40 a 44.

"A gente não sabe até que número de mortos vamos chegar, pode ser que a gente encontre corpos onde não estamos imaginando", explicou Freitas.

Oficialmente, 38 pessoas ainda estão desaparecidas, número que provavelmente elevará o número total de mortes para mais de 70, segundo o governador.

As autoridades informaram que 1.730 pessoas ficaram desalojadas e 766 desabrigadas em todo o estado.

Em um hospital da região foram atendidas 25 pessoas, incluindo seis crianças, das quais sete permaneciam em estado grave.

Enquanto isso, a prefeitura anunciou a instalação de uma tenda no centro de São Sebastião para realizar um velório coletivo das vítimas.

- Turistas evacuados -

Imagens na imprensa e nas redes sociais mostraram vizinhos, alguns descalços, retirando a lama de suas casas com pás e enxadas, ao lado de máquinas pesadas que passavam recolhendo entulhos.

Moradores da Vila Sahy, na praia vizinha de Barra do Sahy, a 40 quilômetros de São Sebastião, ajudaram os socorristas. Cortavam árvores, removiam pedras e retiravam lama com pás para tentar resgatar corpos, guiados por cães da guarda civil.

"É um cenário de guerra. Falta muita gente. No momento estamos procurando 13 pessoas", contou o gerente de vendas Daniel de Oliveira, de 21 anos. Ele estava limpando a lama, ao lado de um carro com lama até os vidros e uma moto quase toda enterrada.

As chuvas devem continuar na região durante a semana, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobrevoou a área afetada na segunda-feira (20) e alertou contra o urbanismo improvisado no Brasil, onde 9,5 milhões de pessoas vivem em áreas com risco de deslizamentos ou inundações, segundo dados oficiais.

O feriado do carnaval havia levado milhares de turistas a visitar as cidades com praias.

Agora, enquanto as primeiras doações começam a chegar às áreas atingidas, as autoridades pedem aos turistas que deixem o litoral paulista.

Mas com as rotas ainda bloqueadas pelos deslizamentos de terra, alguns foram evacuados de barco, enquanto o intenso tráfego de helicópteros continuou indo e voltando das áreas mais afetadas.

"Não tinha como sair para nenhum dos dois lados", contou à AFP Gabriel Bonavides, de 19 anos e que passava o feriado em uma casa alugada com amigos. "Deixamos o carro lá e tivemos que voltar de barco", acrescentou o estudante de Direito.

Carregando seus poucos pertences, os evacuados desembarcaram na costa, enquanto a uma curta distância muitos banhistas aproveitavam o dia na praia.

Outros pagaram até R$ 30.000 por um voo de helicóptero para deixar a região, segundo a mídia local.

O Brasil sofre com frequência de eventos extremos e os cientistas não descartam uma ligação com os efeitos das mudanças climáticas.

Em 2022, outro forte temporal deixou 241 mortos na cidade de Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)