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Estado de Minas BELFAST

Premiê britânico busca na Irlanda do Norte aceitação de possível acordo pós-Brexit


17/02/2023 16:04

O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, reuniu-se, nesta sexta-feira (17), com líderes políticos da Irlanda do Norte ante a possibilidade de um iminente acordo entre Londres e Bruxelas sobre o polêmico protocolo pós-Brexit, uma grande fonte de tensão nesta nação do Reino Unido.

Nos arredores de Belfast, Sunak se reuniu individualmente com os dirigentes dos cinco principais partidos norte-irlandeses.

Ele tentou convencê-los a apoiar as mudanças negociadas com a União Europeia ao chamado Protocolo da Irlanda do Norte, que impôs um regime aduaneiro específico nesta região após o Brexit.

O principal obstáculo é persuadir o Partido Unionista Democrático (DUP), que há um ano se nega a participar das instituições regionais até que se elimine, ou modifique profundamente, o protocolo. Essa posição da legenda impede o funcionamento do Parlamento autônomo e a formação de um governo norte-irlandês.

Segundo a imprensa britânica, se for bem-sucedido, Sunak poderá anunciar na terça-feira, no Parlamento de Londres, um acordo com a União Europeia (UE) sobre esta complexa questão que tensiona as relações com Bruxelas desde a saída britânica do bloco em 2020.

Ao final dos encontros, autoridades da Irlanda do Norte também se mostraram cautelosamente otimistas.

Para Mary Lou McDonald, presidente do partido republicano Sinn Fein, "é claro que houve avanços significativos, e isso é muito animador".

"Agora, queremos ver uma rápida conclusão do assunto e, acima de tudo, queremos ver as instituições restauradas", acrescentou.

"Certamente este é um grande momento", disse o líder do DUP, Jeffrey Donaldson, ao fim do encontro. "Houve progresso em uma série de questões e celebramos isso, mas acho que ainda há alguns temas pendentes para um acordo final com a UE", acrescentou.

Da vizinha República da Irlanda, país-membro da UE diretamente afetado por este conflito, o seu primeiro-ministro, Leo Varadkar, disse estar confiante em que o acordo será finalizado "dentro de uma ou duas semanas".

No entanto, Sunak advertiu na televisão britânica que "ainda há trabalho" sobre a mesa e que nenhum acordo foi alcançado.

- Negociações com a UE -

Negociado e assinado ao mesmo tempo que o acordo de saída do Reino Unido da UE, o protocolo da Irlanda do Norte mantém essa região dentro do mercado único europeu.

Seu objetivo é impedir o restabelecimento de uma fronteira física com a vizinha República da Irlanda, país-membro da UE, algo que poderia ameaçar a frágil paz conquistada em 1998 por ser considerada inaceitável para os republicanos norte-irlandeses. Estes últimos defendem a reunificação da ilha.

O acordo impõe, em contrapartida, controles alfandegários sobre as mercadorias que chegam a esta região procedente do restante do Reino Unido. Os unionistas da Irlanda do Norte denunciam essa situação como uma ameaça ao seu lugar no país.

Devido às tensões, Londres e Bruxelas começaram uma complexa renegociação em 2022.

Em paralelo ao diálogo com a UE, essas conversas em Belfast pretendem "garantir que qualquer solução resolva as questões práticas no terreno, atenda aos nossos objetivos e preserve o lugar da Irlanda do Norte no mercado interno do Reino Unido", disse uma porta-voz em Downing Street, sede do Poder Executivo britânico.

Em um indício de que os contatos estão acelerando, o ministro britânico das Relações Exteriores, James Cleverly, afirmou ter realizado nesta sexta-feira uma "reunião construtiva" em Bruxelas com o vice-presidente da Comissão Europeia, Maros Sefcovic.

Sunak pretende se encontrar com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, durante uma conferência realizada na Alemanha durante o fim de semana, "aumentando as esperanças de um acordo iminente", segundo o jornal The Guardian.

Londres pede às autoridades europeias que flexibilizem os controles alfandegários entre a Irlanda do Norte e o restante do Reino Unido. Os britânicos também querem que o papel do Tribunal de Justiça da União Europeia, que supervisiona a aplicação do protocolo, seja abolido, ou reduzido.

O Acordo de Paz da Sexta-feira Santa de 1998 encerrou três décadas de um conflito sangrento entre republicanos católicos e unionistas protestantes, que deixou cerca de 3.500 mortos.


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