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Ovnis: as perguntas sem respostas sobre os objetos derrubados pelos EUA

EUA dizem que primeiro era balão espião da China, mas pouco se sabe sobre os três outros abatidos nos últimos dias.


13/02/2023 16:55 - atualizado 13/02/2023 16:55

Navios e mergulhadores dos EUA ainda estão procurando por destroços de um balão abatido na costa da Carolina do Sul
Navios e mergulhadores dos EUA ainda estão à procura de destroços de um balão abatido na costa da Carolina do Sul (foto: Getty Images)
A derrubada pelos Estados Unidos de uma série de objetos voadores não identificados (óvnis) que sobrevoavam a América do Norte nos últimos dias levantaram preocupações de segurança e acirraram as já tensas relações entre os governos americano e chinês.

 

No domingo (12/2), os EUA anunciaram que derrubaram o quarto objeto não identificado sobre seu território apenas neste mês.

 

A ordem veio do presidente americano, Joe Biden, e o objeto foi abatido perto do Lago Huron, na fronteira com o Canadá.

 

Por meio de um comunicado, o Pentágono, sede do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, informou que havia uma preocupação de que o objeto, voando a uma altitude de 6,1 mil metros, interferisse no tráfego aéreo comercial.

 

O artefato foi detectado pela primeira vez no Estado americano de Montana no sábado, acrescentou o órgão.

 

Leia: Ovni: Estados Unidos abatem 4° objeto voador em uma semana 

 

O general Glen VanHerck, chefe do Comando de Defesa Aeroespacial, descreveu o objeto como não tripulado, de forma octogonal, e não como uma ameaça militar. Ele foi abatido por um caça F-16 às 14h42, horário local.

 

"Não vou categorizá-los como balões. Estamos chamando-os de objetos por uma razão", disse ele.

 

Leia: Veja o que se sabe sobre o OVNI abatido no Alasca pelos EUA 

 

"O que estamos vendo são objetos muito, muito pequenos que produzem uma seção transversal de radar muito, muito baixa", acrescentou.

 

A especulação sobre o que os objetos podem ser se intensificou nos últimos dias.

 

Leia: Congresso dos EUA inicia audiência sobre avistamento de OVNIs por militares 

 

"Vou deixar a comunidade de inteligência e a comunidade de contra-espionagem descobrirem isso", disse VanHerck quando perguntado se era possível que os objetos fossem alienígenas ou extraterrestres.

 

"Não descarto nada neste momento."

 

Em 4 de fevereiro, um balão chinês foi abatido na costa do Estado da Carolina do Sul depois de sobrevoar os Estados Unidos por dias.

 

Posteriormente, as autoridades americanas o descreveram como um artefato "espião" e disseram que ele havia sido usado para vigilância.

 

No entanto, a China negou que o objeto fosse usado para espionagem, alegando que era um dispositivo de monitoramento climático que havia desviado de sua rota.

O incidente acirrou as já tensas relações entre Washington e Pequim.

Desde esse primeiro incidente, aviões militares dos EUA derrubaram três outros objetos "de alta altitude".

 

Na sexta-feira (10/2), Biden ordenou que um objeto fosse abatido sobre o Alasca. E no sábado, um objeto semelhante foi abatido sobre o Yukon, no noroeste do Canadá.

 

As autoridades não divulgaram publicamente a origem ou finalidade desses objetos.

Tanto os Estados Unidos quanto o Canadá continuam trabalhando para recuperar os destroços, mas a busca no Alasca foi dificultada pelas condições no Ártico.

 

"Esses objetos não pareciam muito semelhantes e eram muito menores do que o balão (de 4 de fevereiro) e não os caracterizaremos definitivamente até que possamos recuperar os destroços", disse um porta-voz da Segurança Interna da Casa Branca.

 

Mais cedo, o líder democrata no Senado, Chuck Schumer, disse que as autoridades de inteligência acreditavam que os dispositivos derrubados na sexta e no sábado eram balões de vigilância.

 

"Eles acham que eram (balões), sim", disse ele à emissora ABC News, acrescentando que eram "muito menores" do que o primeiro abatido na costa da Carolina do Sul.

"O ponto principal é que, até alguns meses atrás, não sabíamos sobre esses balões".

 

"Provavelmente seremos capazes de montar este balão de vigilância e saber exatamente o que está acontecendo", completou.

 

Embora sejam associados a naves de procedência extraterrestre no imaginário popular, óvnis consistem em qualquer objeto voador que não possa ser imediatamente identificado ou explicado, o que inclui balões meteorológicos, aeronaves militares, veículos privados ou fenômenos naturais.


Mapa mostra óvnis derrubados
Mapa mostra óvnis derrubados (foto: BBC)

Objetos voadores não identificados — linha do tempo

4 de fevereiro: militares dos EUA abatem balão de vigilância suspeito na costa da Carolina do Sul. Ele ficou à deriva por dias sobre os EUA, e as autoridades disseram que ele veio da China e estava monitorando locais sensíveis.

 

10 de fevereiro: os EUA derrubam outro objeto no norte do Alasca, que as autoridades disseram não ter nenhum sistema de propulsão ou controle

 

11 de fevereiro: um caça americano abate um "objeto aéreo de alta altitude" sobre o território canadense de Yukon, a cerca de 160 km da fronteira com os Estados Unidos. Foi descrito como cilíndrico e menor que o primeiro balão

 

12 de fevereiro: jatos dos EUA abatem um quarto objeto de grande altitude perto do Lago Huron "com muita cautela"


Um balão voa no céu sobre Billings, Montana, EUA, em 1º de fevereiro de 2023 nesta foto obtida nas redes sociais.
Foto postada nas redes sociais mostra balão sobrevoando Billings, no Estado americano de Montana, em 1º de fevereiro de 2023 (foto: Reuters)

 

Confira a seguir o que já se sabe sobre esses objetos não identificados abatidos nos últimos dias.

Em que consistem os três últimos óvnis?

Os três objetos não identificados derrubados nos últimos dias são muito diferentes em tamanho e forma do balão chinês.

 

Segundo o governo americano, o primeiro tinha "o tamanho de um carro pequeno" e voava a 40 mil pés (12 mil metros) de altitude. O artefato viajava rumo ao Polo Norte sem nenhum sistema de propulsão ou controle.

 

Ele foi abatido sobre o Alasca na última sexta-feira (10/2) com "muita cautela", disseram as autoridades, porque representava uma ameaça para aeronaves civis.

O segundo tinha aspecto "cilíndrico" e foi avistado pela primeira vez sobre o território canadense de Yukon, no noroeste daquele país, na noite de sexta-feira (10/2). Ele foi abatido no sábado (11/2).

 

Já o terceiro apresentava supostamente forma "octogonal" e foi detectado pela primeira vez na tarde de sábado, ao norte da fronteira dos EUA no Canadá, mas os caças vindos do Estado americano de Oregon não conseguiram continuar a acompanhá-lo quando o sol se pôs.

 

No dia seguinte, ele foi detectado novamente no Estado de Montana, perseguido pelo estado de Wisconsin e abatido acima do Lago Huron, no Estado de Michigan.

 

As autoridades não comentaram publicamente sobre sua forma, mas uma pessoa falando anonimamente disse que o artefato tinha uma "estrutura octogonal" sem sensores visíveis.

 

O que o primeiro dos objetos, o balão, estava realmente fazendo?

O balão foi descoberto pela primeira vez em 28 de janeiro no Alasca, depois em Montana e por fim abatido na costa leste em 4 de fevereiro. O Pentágono disse se tratar de um balão espião chinês voando a cerca de 60 mil pés.

 

Fragmentos do balão caíram em uma extensão de 11 km e afundaram a uma profundidade de 14 metros.

Por que usar um balão espião em vez de satélites?

As equipes de resgate coletaram alguns destroços e estão usando barcos e mini-submarinos para encontrar outras partes do que restou do objeto.

 

Funcionários dos EUA descreveram o balão com alguns detalhes — 60 metros de altura e completo com múltiplas antenas, painéis solares e equipamentos de vigilância — mas não disseram nada sobre que tipo de dados eles acreditam que o artefato estava coletando.

 

A falta de informação provocou críticas de ambos os principais partidos - o Democrata e o Republicano.

 

"Tenho preocupações reais sobre por que o governo não está sendo mais direto com tudo o que sabe", disse o deputado democrata Jim Himes, do Comitê de Inteligência da Câmara.

Quantos óvnis foram encontrados?

Esses não são os únicos quatro objetos a serem notícia nas últimas semanas.

Um balão foi avistado pela Força Aérea da Colômbia e acredita-se que tenha sobrevoado vários países latino-americanos.

 

Não se sabe se, de fato, há mais objetos nos ares ou se métodos de detecção mais aprimorados têm permitido observar mais nitidamente os que já existem.

Depois que o primeiro balão foi localizado, o radar operado pelo Comando de Defesa Aeroespacial da América do Norte (Norad, na sigla em inglês) foi aprimorado para detectar objetos menores.

 

Como disse um funcionário dos EUA à agência de notícias Reuters, "estamos definitivamente olhando tudo com mais atenção agora".

 

O aumento de avistamentos precede os casos mais recentes — um relatório de janeiro dos militares dos EUA revelou centenas de novos objetos voadores no espaço aéreo americano.

 

Houve 366 novos avistamentos registrados em 2022 em comparação com o ano anterior. Desse total, 163 eram balões, 26 eram drones e seis foram descritos como lixo espacial.

Qual é o papel da China nisso tudo?

As relações entre os dois países se deterioraram ainda mais desde que os EUA acusaram a China de usar o balão para espionagem.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, cancelou uma visita oficial que faria a Pequim.

 

Os EUA vincularam o balão que derrubaram no Oceano Atlântico a um programa de vigilância global que, segundo o governo americano, vem sendo conduzido pela China, colocando outros países em alerta.

 

A China assumiu a responsabilidade tanto pelo balão abatido em território americano quanto pelo que foi detectado na América Latina, mas negou que os artefatos tenham sido usados para espionagem, alegando se tratar de dispositivos de monitoramento meteorológico que se perderam.

 

A destruição do balão nos Estados Unidos "violou seriamente a prática internacional", disse Pequim, acrescentando que se reservou o direito de "usar os meios necessários para lidar com situações do tipo".

E acusou os EUA de 10 incursões no espaço aéreo chinês.

 

"Também não é incomum que os EUA entrem ilegalmente no espaço aéreo de outros países", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Wang Wenbin, em uma coletiva de imprensa.

 

"Desde o ano passado, balões dos EUA voaram ilegalmente sobre a China mais de 10 vezes sem qualquer aprovação das autoridades chinesas."

 

Wengbin recomendou que os Estados Unidos fizessem uma "auto-reflexão, em vez de difamar e acusar a China".

 

Segundo ele, quando identificou tais incursões em seu espaço aéreo, Pequim respondeu de maneira "responsável e profissional".

 

"Se você quiser saber mais sobre os balões de alta altitude dos EUA entrando ilegalmente no espaço aéreo da China, sugiro que consulte o lado dos EUA", disse.

 

A imprensa estatal chinesa informou no fim de semana que um óvni foi avistado na costa leste do país, e os militares se preparavam para derrubá-lo.

 

A Casa Branca negou a acusação de Pequim de que enviou balões para sobrevoar e vigiar a China. No Twitter, a porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Adrienne Watson, chamou as alegações de "falsas".

 

Em entrevista coletiva na noite deste domingo, o comandante da Força Aérea dos EUA disse não ter como explicar totalmente os três objetos mais recentes, como eles permaneceram no ar ou de onde eram.

Um funcionário do alto escalão dos EUA disse à ABC News que essas três aeronaves provavelmente eram dispositivos meteorológicos, e não balões de vigilância.


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