Os confrontos ocorreram nas regiões de Koch, Leer e Mayendit, localizadas a cerca de 400 km ao norte da capital Juba, no estado de Unity.
"As hostilidades no sul do estado de Unity afetaram pelo menos 28 cidades (...) com cerca de 173 civis mortos, 12 feridos e 37 mulheres e crianças sequestradas", segundo um relatório da Missão das Nações Unidas no Sudão do Sul (UNMISS).
Várias pessoas sequestradas sofreram "violência sexual", incluindo meninas de oito anos, disse a ONU.
Uma menina de nove anos morreu após um estupro coletivo, segundo a agência, que registrou 131 casos de estupro e estupro coletivo.
Esses eventos levaram cerca de 44.000 pessoas a fugir de suas casas.
Embora facções de ambos os lados estejam envolvidas, forças governamentais e milícias leais ao presidente Salva Kiir são "os principais responsáveis por violações e abusos dos direitos humanos", disse a ONU, falando de ataques "premeditados".
"As violações dos direitos humanos foram cometidas com total impunidade", lamentou o enviado especial da ONU no país, Nicholas Haysom.
Desde sua independência do Sudão em 2011, o Sudão do Sul tem sido palco de violência político-étnica e sofre de instabilidade crônica. Isso impede que o país se recupere da sangrenta guerra civil que causou quase 400.000 mortes e milhões de pessoas deslocadas entre 2013 e 2018.
Um acordo de paz em 2018 prevê a divisão de poder dentro de um governo de união nacional, formado em fevereiro de 2020 entre Kiir como presidente e Machar como vice-presidente. Mas o pacto dificilmente é cumprido e mergulhou o país no caos.