"O fato da minha cliente (Yenifer Paredes) ter se entregado pegou eles (os promotores) de surpresa, estamos no Ministério Público", confirmou o advogado José Dionísio à rádio local RPP.
Yenifer Paredes, 26 anos, que considera o presidente e sua esposa seus "pais", era procurada deste terça-feira por seu suposto envolvimento em uma rede de corrupção e lavagem de dinheiro que, segundo a justiça, seria chefiada por Castillo.
A rendição inesperada deu uma reviravolta bizarra a este caso, depois que a justiça realizou buscas na casa da família do presidente no norte do Peru esta manhã à procura da cunhada de Castillo, após uma busca sem sucesso no Palácio do Governo em Lima no dia anterior.
A casa de Castillo em Chugur, província de Chota, foi revistada sem que os agentes pudessem encontrar sua cunhada, disse à AFP uma fonte policial desta aldeia da região de Cajamarca, cerca de 800 quilômetros ao norte da capital.
"Acabaram de entrar na minha casa", disse o presidente, um professor rural e sindicalista de 52 anos durante um comício em Lima.
A justiça vem estreitando o cerco contra Castillo, que enfrenta até cinco investigações fiscais por suposta corrupção, uma situação sem precedentes para um presidente em exercício.
O Superior Tribunal de Justiça autorizou na terça-feira a exigência fiscal para a busca, já que a cunhada de Castillo indicou até três endereços em seus documentos de identidade.
Uma fonte policial de Chota garantiu à AFP que a operação foi realizada com promotores e policiais de Lima "para evitar vazamentos" e protestos entre os moradores.
Por este caso, Yenifer Paredes já havia sido intimada a depor perante o Ministério Público e a comparecer perante uma comissão de controle do Congresso peruano, em meados de julho.
LIMA