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Estado de Minas COMBATE AO TERROR

Drone americano mata líder da Al-Qaeda na varanda da casa dele

Mísseis usados para eliminar Ayman al Zawahiri não têm carga explosiva, carregam seis lâminas que se desdobram antes do impacto para cortar o alvo sem explosão


02/08/2022 06:14 - atualizado 02/08/2022 08:52

Ayman al Zawahiri
Ayman al Zawahiri (foto: Divulgaçao/Al-Qaeda)

Amanhece em Cabul e um drone americano sobrevoa a capital do Afeganistão no domingo, enquanto Ayman al Zawahiri está na varanda de sua casa. Dois mísseis são disparados, após anos de vigilância e por decisão do presidente Joe Biden, contra o líder da Al-Qaeda, que morre no ataque.

Ao redor da casa - onde moram sua mulher, sua filha e os netos -, os vestígios do ataque são mínimos. Não parece ter acontecido nenhuma explosão e não são anunciadas outras vítimas.

Este ataque aéreo é, segundo o governo dos Estados Unidos, o resultado de anos de vigilância e meses de reconhecimento.

Procurado há vários anos pelo serviço secreto americano, em particular após a morte em 2011 de Osama Bin Laden, a quem sucedeu como líder do grupo terrorista, Ayman al Zawahiri parecia estar refugiado entre o Paquistão e o Afeganistão.

De acordo com um funcionário de alto escalão do governo americano, Washington localizou sua família em 2022 em uma casa usada como esconderijo em Cabul, cidade da qual o exército dos Estados Unidos se retirou de maneira precipitada em agosto do ano passado, o que provocou a tomada de poder pelo Talibã.

Um trabalho de inteligência confirmou nos meses seguintes que o próprio Ayman al Zawahiri estava no local. Os americanos estudaram a estrutura da casa, os riscos para os civis e seu estilo de vida: o líder da Al-Qaeda nunca saía da residência.

Modelo apresentado à Casa Branca

"Identificamos Zawahiri diversas vezes e por longos períodos em sua varanda, onde finalmente foi morto", afirmou uma fonte do governo americano, enquanto Biden anunciava a notícia.

Apenas alguns funcionários do governo estava a par da operação durante sua preparação, em maio e junho.

Um projeto de operação foi apresentado em 1º de julho a Biden na chamada "sala de crise" da Casa Branca, mesmo local em que, de acordo com uma foto famosa, o ex-presidente Barack Obama acompanhou ao vivo o ataque contra Bin Laden em 2011 ao lado de Biden, na época seu vice-presidente.

O presidente chegou a receber uma maquete da casa ao final da apresentação.

Em 25 de julho, Biden reuniu os principais conselheiros da presidência e "procurou saber mais sobre a organização dos quartos atrás da porta e a janela do terceiro andar".

O presidente, que testou positivo para covid na semana passada, diu a opinião de todos e "autorizou um ataque aéreo preciso e adaptado", acrescentou a fonte do governo, que pediu anonimato.

Às 6H18 de domingo em Cabul, o líder da Al-Qaeda já estava acordado.

"O ataque finalmente foi executado (...) por um drone. Dois mísseis Hellfire (foram disparados contra) Ayman al Zawahiri, que foi morto", relata o funcionário.

"Foi assassinado na varanda".

Míssil secreto

"De acordo com múltiplas fontes dos serviços de inteligência, era de fato ele e apenas ele morreu, não morreram parentes nem civis", acrescenta a fonte.

Os talibãs, que controlam o país, afirmaram à AFP que um foguete atingiu uma casa vazia na zona residencial de Sherpur, sem provocar vítimas.

De acordo com Washington, a operação não precisou de militares em Cabul.

Como? Os diversos elementos sugerem o uso por parte das forças dos Estados Unidos de uma arma cuja existência nunca foi confirmada: os mísseis Hellfire R9X "flying ginsu", que têm o nome de uma marca americana de facas inspiradas no Japão.

Especialistas dizem que esta versão modificada do míssil americano não possui uma carga explosiva, mas tem seis lâminas que se desdobram antes do impacto para cortar seu alvo sem o efeito de uma explosão.

Uma foto do veículo de um suposto alvo na Síria em 2017 mostra um grande buraco no teto, o interior do carro destruído, mas a frente e a parte de traseira do automóvel intactas.

"Esta missão foi cuidadosamente preparada", elogiou Biden em seu discurso. "Foi um sucesso".


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