Debaixo de uma insistente garoa de inverno na capital Lima, os manifestantes vestiam camisas da seleção nacional de futebol e portavam bandeiras pretas em sinal de luto pelo que consideram uma crise da democracia.
A marcha tinha como destino a sede do Congresso, onde Castillo compareceu hoje para fazer seu discurso do Estado da Nação no dia da independência do Peru, que também marca o aniversário de seu primeiro ano de governo.
"Com a situação que estamos vivendo no país, não dá para comemorar as festividades pátrias. Estamos de luto", disse à AFP Ana Torres, de 67 anos.
Castillo "não fez nada em um ano, é um incapaz", acrescentou Torres, que portava uma bandeira alvirrubra, as cores do Peru.
Os manifestantes percorreram as ruas portando cartazes com os slogans "Fora Castillo!" e "Vacância já!".
"Estamos marchando porque somos contrários a este regime corrupto. Não há o que comemorar", disse à AFP Rodolfo Fernández, da organização social Dignidad y Libertad.
Em paralelo, uma mobilização menos numerosa de associações e sindicatos marchou em apoio ao presidente de esquerda, que também tinha como destino o Congresso.
Dezenas de policiais da tropa de choque separaram as duas manifestações para prevenir enfrentamentos.
Castillo, um professor rural de 52 anos, completa um ano de mandato com o recorde de cinco investigações do Ministério Público contra si por suspeita de corrupção e sob assédio constante de um Congresso dominado pela oposição de direita, que exige sua renúncia.
LIMA